5.10.09

Sporting - Belenenses: Definitivamente, em crise!

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Afinal, o Hertha era apenas o aperitivo. A intranquilidade agudizou a reconhecida incapacidade e, 3 dias volvidos, eis que Alvalade entra num verdadeiro clima de crise. O jogo deixou sinais claros sobre vários aspectos do futebol verde e branco mas a sua mais importante consequência é outra. Para o Sporting e à 7ªjornada, o campeonato não é mais do que uma miragem. E se isso é, em parte, explicado por uma concorrência forte, é também um motivo mais do que suficiente para uma reflexão séria ao nível técnico. Porque a culpa própria é muita.

Se olharmos para exibição leonina de forma separada, entre o comportamento com e sem bola, encontramos um impressionante contraste qualitativo. Sem bola, diria, o Sporting criou todas as condições para conseguir uma vitória mais do que fácil. Aproveitando o facilitismo do Belenenses (que neste registo não ganhará mais pontos em qualquer jogo frente a um “grande”), pressionou e garantiu um domínio absoluto do jogo. Com bola, por contraponto, uma gritante incapacidade para aproveitar todas as facilidades que o jogo lhe oferecia.
Este contraste revela, aliás, muito dos méritos e defeitos de Paulo Bento e da sua liderança técnica. Por um lado, o Sporting é uma equipa bem organizada, capaz de ser forte e organizado nos seus momentos defensivos. Quer em transição, quer em organização (apesar dos erros individuais que têm penalizado este aspecto nesta temporada). Por outro, ofensivamente o Sporting parece perpetuar os seus problemas que se arrastam desde há muito. As rotinas colectivas, particularmente em organização, não revelam grandes melhorias qualitativas e se isso poderia ser atenuado com uma tentativa de tirar o melhor das peças existentes, tal também não sucede. Pegando no exemplo do Belenenses, a insistência na colocação de Vukcevic à esquerda, a re-utilização de Angulo de inicio depois do sub rendimento revelado frente à Olhanense e, finalmente, voltar a relegar Caicedo para o banco quando tinha feito uma exibição positiva (dentro do que a equipa lhe ofereceu) frente ao Hertha. São opções que não abonam a favor da leitura que Paulo Bento faz da situação e que, na minha opinião, condicionaram muito as hipóteses de vitória da equipa.
É fácil pedir atitude e entrega e é verdade que quando a inspiração aparece tudo parece mais fácil, mas os problemas vão bem para além desses aspectos. Para Paulo Bento só há uma solução realmente útil. Parar, analisar e fazer uma reflexão profunda sobre os problemas da equipa, particularmente no capítulo ofensivo, partindo depois para a sua correcção no terreno. Se isso não for feito em aspectos que até agora permaneceram imutáveis com o passar do tempo, o Sporting pode melhor circunstancialmente – e certamente o fará – mas nunca dará o salto qualitativo que a situação exige.
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