- Em Alvalade, confirmou-se a projecção de um cenário bem diferente daquele que tivera ainda há alguns dias, mas para a Liga Europa. Pessoalmente, confesso, não esperava tanto sofrimento porque do outro lado estava também uma equipa em momento difícil. Talvez tenha sido mesmo por isso que o Rio Ave acusou tanto a ansiedade do final do jogo, depois de longos minutos em que manteve o Sporting razoavelmente longe do golo. Enfim, acabou por se fazer justiça por tantas oportunidades perdidas, mas esta vitória de pouco servirá quanto aos problemas do futebol do Sporting. Há obviamente coisas a acrescentar, mas guardo-as para a análise mais detalhada.
- Tal como o Sporting, o Benfica não deslumbrou mas venceu justamente. Curiosamente, no caso encarnado foram sempre as bolas paradas que aparentaram servir de solução e, realmente, acabou por ser assim. Continua o debate sobre o mistério da perda de capacidade do Benfica de uma época para a outra. Há várias explicações e teorias e cada um parece ter a sua. Quase todas elas, porém, andam à volta de Ramires e Di Maria. Há aqueles que defendem que o Benfica perdeu capacidade de recuperação e mais não sei o quê, sem Ramires. Há outros que juram que Di Maria dava "metros" à equipa e que a fazia avançar no campo, sozinho. Há ainda aqueles que juntam tudo e chegam à tempestade perfeita (se possível com criticas também ao modelo táctico de Jesus). Sem tirar importância aos 2 jogadores, que realmente são bons e fazem falta, o futebol parece-me demasiado complexo para que um problema seja reduzido a factores tão simples.
- Foi uma semana de inúmeros clássicos pelo mundo fora. Uma raridade de abundância, mesmo. Só no Brasil, houve "Grenal", Cruzeiro-Atlético, Vasco-Flamengo e Corinthians-Palmeiras, tudo na mesma jornada! Mas na Europa houve ainda 3 dos mais quentes embates do Continente, juntando Galatasaray e Fenerbahce, Celtic e Rangers, e Partizan e Estrela Vermelha. O inevitável destaque, porém, vai para um clássico, que não sendo tão marcante como estes, junta também 2 dos 3 "gigantes" do futebol holandês. É com tanta surpresa como tristeza que assisto ao 10-0 sofrido pelo Feyenoord. É um grande clube holandês e europeu, e o futebol precisa das suas melhores e mais tradicionais equipas tão fortes quanto possível. Não percebendo bem a origem de tamanha crise, e parecendo-me esta essencialmente desportiva, fico a torcer pela reabilitação do gigante de Roterdão. Até porque - e eu conheço a equipa razoavelmente bem - há bastante bons jogadores por detrás desta catástrofe desportiva.