Notas colectivas
O domínio concedido era algo que já se esperava. Numa fase inicial – 2 ou 3 jogadas – o Portimonense deu a ideia de que poderia ser capaz de explorar a velocidade dos seus extremos e aproveitar o mau momento dos 2 laterais encarnados. O que o jogo revelou, porém, foi uma transição muito pouco consequente, partindo de uma zona de recuperação demasiado baixa e não tendo capacidade para evitar o isolamento repetido das unidades mais adiantadas. Ou seja, após a ilusão inicial, percebeu-se que o domínio não seria apenas concedido, mas total.
Talvez Litos tenha pensado em bloquear Aimar e a saída pelos flancos, como forma de limitar a construção encarnada. Intencional ou não, a verdade é que o Portimonense ofereceu ao Benfica o corredor central na primeira fase de construção, e isso, perante o Benfica de Luisão e David Luiz, não é propriamente aconselhável. É verdade que os corredores e Aimar apareceram pouco, mas os centrais encarregaram-se de arrastar sucessivamente o jogo para zonas já próximas da área contrária, sobretudo pelo recurso aos movimentos de Saviola, sobre a meia-esquerda.
Normalmente este cenário seria suficiente para tornar o golo numa questão de minutos, mas, desta vez, não foi. A inspiração foi, de facto, muito pouca, e raras vezes as jogadas terminaram em situações de finalização. O melhor que foi conseguido foram cantos e livres. Ora, se isso muitas vezes é insuficiente, desta vez depressa se percebeu que só com muita felicidade o Portimonense não pagaria a sua incapacidade de controlar o espaço aéreo neste tipo de lances. E assim foi. O Benfica acabou por marcar e o domínio tornou-se ainda mais intenso. Na parte final do jogo, aliás, o Benfica terá ficado a dever alguns golos para um maior ajuste do marcador à diferença revelada entre as equipas.
Sobre o capítulo essencial na decisão do jogo – as bolas paradas – é de notar que também frente ao Arouca o cenário fora idêntico. Ou seja, vale a pena renovar o elogio à capacidade encarnada, que não é nova, neste plano. Também vale a pena, ainda que possa não ser mais do que mera coincidência, referir que quer Arouca, quer Portimonense optaram pelo método individual de marcações.
Notas individuais
Maxi – Está hoje francamente desvalorizado aos olhos dos adeptos e este jogo pode serve bem para provar o seu momento menos bom. Maxi sempre teve as suas limitações, mas convém não exagerar. Trata-se de um bom jogador e de uma boa solução para o lugar, não vendo, pessoalmente, em Ruben Amorim uma opção necessariamente mais válida. Dependerá sobretudo do momento de ambos.
Centrais – Como expliquei acima - e os números comprovam - passou pelos centrais grande parte da responsabilidade do jogo. Ora bem, a sua qualidade voltou a ser perfeitamente evidenciada. Têm surgido criticas, mas a verdade é que se há coisa que se mantém com enorme qualidade é o papel da zona central mais recuada da equipa. Qualidade excepcional, mesmo. Aqui, e em termos individuais, convém fazer uma separação. Luisão está a fazer uma época irrepreensível, quase perfeita. David Luiz, mantendo-se num nível muito elevado, não está tão bem como o seu companheiro de sector, sendo certo também que assume mais riscos e responsabilidades em construção. Mas, neste jogo, por exemplo, falhou também algumas tentativas de antecipação que só não tiveram consequências pela própria natureza do jogo.
Javi Garcia – Porque foi decisivo e fez um bom jogo, talvez seja a hora ideal para relembrar o que dele foi dito há 1 ano. Foi apontado como um dos responsáveis pela melhoria do Benfica em 09/10, mas, como sempre referi, esses elogios eram exagerados. Javi é um jogador tacticamente inteligente e que compreende muito bem as responsabilidades de uma posição fulcral para o funcionamento do colectivo. Mas não é um jogador que individualmente corrija ou atenue problemas colectivos. Apesar de beneficiar da boa definição táctica da sua posição, não tem nesta liga, por exemplo, um rendimento superior a Fernando no Porto, ou mesmo André Santos no Sporting.
Saviola – Voltou a ser importante na criação de apoios e, face ao “eclipse” de Aimar em relação ao ano anterior, é a grande solução para a equipa em termos ofensivos. Frente ao Portimonense, porém, as coisas não lhe saíram bem e não foi capaz de dar boa sequência à maioria das jogadas que passaram pelos seus pés. Terá feito, provavelmente e em termos técnicos, o seu pior jogo na liga, mas é curioso como as criticas são bem mais duras quando, apesar de criar muito mais, falha alguns golos.
Kardec – Demorou 20 minutos a tocar na bola! Critiquei muitas vezes a pouca participação de Cardozo e, mesmo se não esteve nem perto das piores exibições do paraguaio nesta liga, Kardec começa a ilibar o seu concorrente pelo tempo que também passa fora do jogo. Kardec esforça-se mais, mas também dificilmente será capaz de protagonizar exibições ao nível do melhor Cardozo. Ou seja, se quiser complicar as contas a Jesus, o melhor mesmo será manter-se mais tempo dentro do jogo.
O domínio concedido era algo que já se esperava. Numa fase inicial – 2 ou 3 jogadas – o Portimonense deu a ideia de que poderia ser capaz de explorar a velocidade dos seus extremos e aproveitar o mau momento dos 2 laterais encarnados. O que o jogo revelou, porém, foi uma transição muito pouco consequente, partindo de uma zona de recuperação demasiado baixa e não tendo capacidade para evitar o isolamento repetido das unidades mais adiantadas. Ou seja, após a ilusão inicial, percebeu-se que o domínio não seria apenas concedido, mas total.
Talvez Litos tenha pensado em bloquear Aimar e a saída pelos flancos, como forma de limitar a construção encarnada. Intencional ou não, a verdade é que o Portimonense ofereceu ao Benfica o corredor central na primeira fase de construção, e isso, perante o Benfica de Luisão e David Luiz, não é propriamente aconselhável. É verdade que os corredores e Aimar apareceram pouco, mas os centrais encarregaram-se de arrastar sucessivamente o jogo para zonas já próximas da área contrária, sobretudo pelo recurso aos movimentos de Saviola, sobre a meia-esquerda.
Normalmente este cenário seria suficiente para tornar o golo numa questão de minutos, mas, desta vez, não foi. A inspiração foi, de facto, muito pouca, e raras vezes as jogadas terminaram em situações de finalização. O melhor que foi conseguido foram cantos e livres. Ora, se isso muitas vezes é insuficiente, desta vez depressa se percebeu que só com muita felicidade o Portimonense não pagaria a sua incapacidade de controlar o espaço aéreo neste tipo de lances. E assim foi. O Benfica acabou por marcar e o domínio tornou-se ainda mais intenso. Na parte final do jogo, aliás, o Benfica terá ficado a dever alguns golos para um maior ajuste do marcador à diferença revelada entre as equipas.
Sobre o capítulo essencial na decisão do jogo – as bolas paradas – é de notar que também frente ao Arouca o cenário fora idêntico. Ou seja, vale a pena renovar o elogio à capacidade encarnada, que não é nova, neste plano. Também vale a pena, ainda que possa não ser mais do que mera coincidência, referir que quer Arouca, quer Portimonense optaram pelo método individual de marcações.
Notas individuais
Maxi – Está hoje francamente desvalorizado aos olhos dos adeptos e este jogo pode serve bem para provar o seu momento menos bom. Maxi sempre teve as suas limitações, mas convém não exagerar. Trata-se de um bom jogador e de uma boa solução para o lugar, não vendo, pessoalmente, em Ruben Amorim uma opção necessariamente mais válida. Dependerá sobretudo do momento de ambos.
Centrais – Como expliquei acima - e os números comprovam - passou pelos centrais grande parte da responsabilidade do jogo. Ora bem, a sua qualidade voltou a ser perfeitamente evidenciada. Têm surgido criticas, mas a verdade é que se há coisa que se mantém com enorme qualidade é o papel da zona central mais recuada da equipa. Qualidade excepcional, mesmo. Aqui, e em termos individuais, convém fazer uma separação. Luisão está a fazer uma época irrepreensível, quase perfeita. David Luiz, mantendo-se num nível muito elevado, não está tão bem como o seu companheiro de sector, sendo certo também que assume mais riscos e responsabilidades em construção. Mas, neste jogo, por exemplo, falhou também algumas tentativas de antecipação que só não tiveram consequências pela própria natureza do jogo.
Javi Garcia – Porque foi decisivo e fez um bom jogo, talvez seja a hora ideal para relembrar o que dele foi dito há 1 ano. Foi apontado como um dos responsáveis pela melhoria do Benfica em 09/10, mas, como sempre referi, esses elogios eram exagerados. Javi é um jogador tacticamente inteligente e que compreende muito bem as responsabilidades de uma posição fulcral para o funcionamento do colectivo. Mas não é um jogador que individualmente corrija ou atenue problemas colectivos. Apesar de beneficiar da boa definição táctica da sua posição, não tem nesta liga, por exemplo, um rendimento superior a Fernando no Porto, ou mesmo André Santos no Sporting.
Saviola – Voltou a ser importante na criação de apoios e, face ao “eclipse” de Aimar em relação ao ano anterior, é a grande solução para a equipa em termos ofensivos. Frente ao Portimonense, porém, as coisas não lhe saíram bem e não foi capaz de dar boa sequência à maioria das jogadas que passaram pelos seus pés. Terá feito, provavelmente e em termos técnicos, o seu pior jogo na liga, mas é curioso como as criticas são bem mais duras quando, apesar de criar muito mais, falha alguns golos.
Kardec – Demorou 20 minutos a tocar na bola! Critiquei muitas vezes a pouca participação de Cardozo e, mesmo se não esteve nem perto das piores exibições do paraguaio nesta liga, Kardec começa a ilibar o seu concorrente pelo tempo que também passa fora do jogo. Kardec esforça-se mais, mas também dificilmente será capaz de protagonizar exibições ao nível do melhor Cardozo. Ou seja, se quiser complicar as contas a Jesus, o melhor mesmo será manter-se mais tempo dentro do jogo.