Pontos fortes: driblador nato
Paulo Sérgio retratou-o como um desequilibrador e, realmente, o chileno é exactamente isso. Normalmente joga a partir da esquerda e sempre que a bola lhe cola no pé direito, é o cabo dos trabalhos. Valdés é um driblador nato. Não é um artista, ou um velocista, é um driblador. Porque o digo desta forma? Porque a arte do drible, mais do que no espectáculo da gesto ou na velocidade do executante, está na capacidade de acelerar e mudar de ritmo no tempo certo. Messi é, nos tempos que correm, o grande exemplo disto mesmo, e Valdés, à sua escala evidentemente, é também um bom exemplo desta ideia. Não espanta, portanto, que não seja difícil encontrar montagens vistosas do jogador.Pontos fracos: a intensidade
Fosse a bola um dado adquirido no futebol, e Valdés tinha sucesso garantido. Mas não é. Digo sempre que se contarmos o tempo que a maioria dos jogadores têm a bola num jogo inteiro, não encontrar muitos com mais do que 5 minutos em 90 jogados. Por isso é que insisto tanto naquilo que os jogadores fazem nos outros 85 minutos do seu tempo em jogo. Ora, é precisamente sobre o seu rendimentos nesse período que surgem as reticências sobre Valdés.Na Atalanta, percebia-se, Valdés estava para fazer a diferença. Toda a equipa defendia e batalhava pela bola, mas ele podia confortavelmente aldrabar no pressing. No Sporting não será assim. Valdés necessitar de outra intensidade nos tais 85 minutos. Vai ter de pressionar a sério, porque o Sporting fará desse um dos seus mais importantes alicerces com Paulo Sérgio, e, também, vai ter de correr mais para encontrar espaço e tempo para receber a bola. Não lhe bastará esperar por ela no seu flanco, como até aqui. Resta saber, enfim, se perto da casa dos 30 este driblador nato está também pronto para essa mudança de exigência.
Antevisão: entre o drible e a intensidade
A explicação do que penso se poder esperar vem decalcada do que escrevi atrás. Entre o drible e a intensidade. Resta acrescentar que, se tudo irá passar muito pelo próprio Valdés, passará igualmente pelo modelo que o vai acolher e por quem o vai tentar passar para os jogadores. De novo o colectivo, portanto...