7.8.07

Porto: As funções do triângulo

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No Dragão, o final de temporada 06/07 trouxe, à margem dos festejos do titulo, uma espécie de pré anúncio de alteração do esqueleto sobre o qual Jesualdo molda o seu modelo. O 4-3-3 daria lugar ao agora mais popular 4-4-2 “losango”. Com a manutenção de Quaresma e saída de Anderson, porém, tudo voltou à forma inicial, com os alas de novo como pedras mais preponderantes da zona ofensiva azul-e-branca.

Para esta pré temporada, no entanto, o treinador não se limitou a reproduzir o que já vinha de trás, apresentando com alguma frequência protagonistas com papeis um pouco diferentes do que aconteceu no decorrer de grande parte da época transacta. Talvez pela tardia integração de Lucho e Leandro Lima, o modelo tem, com frequência, apresentado um triângulo de meio campo de vértices mais largos mas com menos profundidade. Aqui, Kaz e Meireles têm sido os protagonistas de missões cuja tarefa passa – defensivamente – por dar apoio ao lateral sobre a ala, e – ofensivamente – por lançar rápido os da frente na transição ofensiva, sem que haja liberdade táctica para intervir no denominado espaço entre linhas. A diferença, aqui, em relação ao que anteriormente era apresentado reside na maior preocupação destes jogadores em fechar sobre a ala, tarefa que tradicionalmente estava confinada aos extremos. A estratégia da opção prende-se com dar mais força à transição ofensiva, já que os extremos ficam libertos de movimentos defensivos que os obrigam a recuar até posições mais atrasadas (em compensação, têm obrigação de fechar no espaço mais central) , ficando mais adiantados no momento da recuperação de bola.

Posta em prática, a estratégia tem revelado algumas dificuldades na criação de linhas de passe no terceiro quarto de campo, com Quaresma a ser muitas vezes obrigado a vir para zonas mais centrais e menos povoadas. Os triângulos do meio campo e ataque parecem demasiado afastados, com pouco apoio a ser dado pelos médios à zona criativa. Naturalmente, num campeonato como o nosso dificilmente tais dificuldades não serão problemáticas, tal a necessidade de atacar muito e bem, e se é verdade que Kaz e Meireles podem ser substituídos por alternativas mais explosivas, também me parece inevitável que o trio de meio campo se liberte mais de tarefas defensivas, soltando pelo menos uma das suas unidades para o espaço entre linhas. Pessoalmente, creio que Jesualdo terá, inevitavelmente, de abdicar destas funções para o seu meio campo na maioria dos jogos (e também de 1 dos seus intervenientes), mas também me parece que poderemos voltar a ver a estratégia a ser operacionalizada nos jogos de maior grau de dificuldade. A seguir...

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