Era o prato forte da jornada e uma partida de alguma pressão para o FC Porto. Os Dragões jogavam entre os rivais e, sobretudo, com o fantasma da Supertaça a precisar de ser exorcizado antes de novo confronto com o Sporting. Do outro lado, o Braga também já não é uma formação que se possa desresponsabilizar nos confrontos com os grandes e, por isso, este podia ser um jogo importante, quer para a moral interna, quer para o lançamento da tão ambicionada intromissão entre os 3 poderosos do nosso futebol.
No campo e do ponto de vista meramente esquemático, não houve diferenças significativas com ambos os treinadores a disporem os seus conjuntos em 4-3-3. A verdade é que durante grande parte da partida tivemos um jogo bastante entretido para os espectadores, com a bola a percorrer de forma rápida a zona intermediária e sendo constantemente jogada perto de cada uma das áreas. Naturalmente, há uma explicação... o Sp.Braga adoptou um posicionamento com linhas bastante afastadas, com os seus homens da frente a tentar incomodar a primeira fase de construção adversária e com uma linha defensiva anormalmente baixa, permitindo que o Porto fizesse “campo grande” não só em largura, mas sobretudo em profundidade. Na realidade não vejo em que é que esta postura – um pouco mais características do futebol brasileiro – possa benficiar os Arsenalistas num jogo com estas características. A distancia entre sectores – é dos livros – não beneficia na hora de defender, com os jogadores a não conseguirem estar próximos para que se auxiliassem nas tarefas defensivas e facilitando a progressão dos adversários até às imediações da área. No entanto, este parece ser um comportamento próprio do Braga de Jorge Costa que já havia sido responsável por um jogo de velocidade idêntica aquando da última visita do Sporting a Braga.
Assim, o Porto foi superior no primeiro tempo, apesar de, aqui e ali, o Braga ter conseguido levar a melhor no imenso meio campo para chegar também perto da área contrária. Nos azuis e brancos, a presença de Lucho trouxe ao meio campo uma outra profundidade, com o argentino a ser sempre muito inteligente na exploração dos tais espaços criados nas zonas entre linhas e, com o seu futebol simples e discreto, a dar, em relação aos últimos jogos, um toque diferente á transição ofensiva portista. No segundo tempo e com a vantagem portista, o Braga entrou sem alterações comportamentais mas com outra alma e conseguiu o golo numa jogada em que conseguiu tirar partido da tal profundidade do meio campo para surpreender o “miolo” portista. Foi, no entanto, uma reacção emocional e, por isso, meramente de circunstancia e os Dragões voltaram a estar na mó de cima até à saída de Lucho. Não pela operação em si – embora Leandro Lima não tenha acrescentado nada ao jogo do Porto – mas pela atitude do Braga a partir desse momento. Talvez por fadiga, talvez pelo resultado, o Braga baixou as suas linhas mais avançadas, juntando-as à já bastante recuada linha defensiva, diminuindo os espaços e criando mais dificuldades à progressão portista que, a partir daí, também não mostrou criatividade que se exige ao campeão. O Porto acabou por ser feliz na altura em que conseguiu uma vitória importante e que mereceu pelo melhor futebol, sobretudo, até á saída de Lucho.
Algumas notas individuais:
Dani Mallo – Quaresma leva o mérito, mas tenho dúvidas que Paulo Santos sofresse dois golos de tanta distancia. Os jogos decidem-se nos pormenores e os guarda redes são um grande pormenor. Paulo Santos parece-me fundamental ao Braga.
João Pereira – o Braga sentiu a falta de Luis Filipe. Não sei se foi para tirar liberdade a Quaresma nas transições ofensivas, mas o Braga não conseguiu dar profundidade ao lado direito e o lateral podia ter sido uma arma importante.
Hussaine – Num país de extremos é preciso mostrar muito mais para justificar a titularidade (e, mesmo, a presença no plantel).
Bosingwa – Um caso sério sobre a lateral. Não é, ainda, um caso mediático e tem algumas lacunas no posicionamento interior, mas faz o corredor com uma qualidade que dá para antecipar a cobiça de alguns colossos mais atentos.
Tarik – Mais uma vez iniciou o campeonato a titular, o que não deixa de ser curioso num jogador tantas vezes dado como dispensado nos últimos meses. No entanto, percebe-se que não é uma mais valia e que a equipa ganha muito mais com os movimentos interiores de Lisandro, sobretudo quando tem Bosingwa tantas vezes a fazes de extremo.
Quaresma – Nem sequer esteve inspirado no jogo corrido mas é um jogador que tem uma facilidade enorme em desequilibrar e esse é um atributo fundamental e potencialmente decisivo quando se fazem as contas do campeonato. É só por isso que o considero o melhor da Liga.
No campo e do ponto de vista meramente esquemático, não houve diferenças significativas com ambos os treinadores a disporem os seus conjuntos em 4-3-3. A verdade é que durante grande parte da partida tivemos um jogo bastante entretido para os espectadores, com a bola a percorrer de forma rápida a zona intermediária e sendo constantemente jogada perto de cada uma das áreas. Naturalmente, há uma explicação... o Sp.Braga adoptou um posicionamento com linhas bastante afastadas, com os seus homens da frente a tentar incomodar a primeira fase de construção adversária e com uma linha defensiva anormalmente baixa, permitindo que o Porto fizesse “campo grande” não só em largura, mas sobretudo em profundidade. Na realidade não vejo em que é que esta postura – um pouco mais características do futebol brasileiro – possa benficiar os Arsenalistas num jogo com estas características. A distancia entre sectores – é dos livros – não beneficia na hora de defender, com os jogadores a não conseguirem estar próximos para que se auxiliassem nas tarefas defensivas e facilitando a progressão dos adversários até às imediações da área. No entanto, este parece ser um comportamento próprio do Braga de Jorge Costa que já havia sido responsável por um jogo de velocidade idêntica aquando da última visita do Sporting a Braga.
Assim, o Porto foi superior no primeiro tempo, apesar de, aqui e ali, o Braga ter conseguido levar a melhor no imenso meio campo para chegar também perto da área contrária. Nos azuis e brancos, a presença de Lucho trouxe ao meio campo uma outra profundidade, com o argentino a ser sempre muito inteligente na exploração dos tais espaços criados nas zonas entre linhas e, com o seu futebol simples e discreto, a dar, em relação aos últimos jogos, um toque diferente á transição ofensiva portista. No segundo tempo e com a vantagem portista, o Braga entrou sem alterações comportamentais mas com outra alma e conseguiu o golo numa jogada em que conseguiu tirar partido da tal profundidade do meio campo para surpreender o “miolo” portista. Foi, no entanto, uma reacção emocional e, por isso, meramente de circunstancia e os Dragões voltaram a estar na mó de cima até à saída de Lucho. Não pela operação em si – embora Leandro Lima não tenha acrescentado nada ao jogo do Porto – mas pela atitude do Braga a partir desse momento. Talvez por fadiga, talvez pelo resultado, o Braga baixou as suas linhas mais avançadas, juntando-as à já bastante recuada linha defensiva, diminuindo os espaços e criando mais dificuldades à progressão portista que, a partir daí, também não mostrou criatividade que se exige ao campeão. O Porto acabou por ser feliz na altura em que conseguiu uma vitória importante e que mereceu pelo melhor futebol, sobretudo, até á saída de Lucho.
Algumas notas individuais:
Dani Mallo – Quaresma leva o mérito, mas tenho dúvidas que Paulo Santos sofresse dois golos de tanta distancia. Os jogos decidem-se nos pormenores e os guarda redes são um grande pormenor. Paulo Santos parece-me fundamental ao Braga.
João Pereira – o Braga sentiu a falta de Luis Filipe. Não sei se foi para tirar liberdade a Quaresma nas transições ofensivas, mas o Braga não conseguiu dar profundidade ao lado direito e o lateral podia ter sido uma arma importante.
Hussaine – Num país de extremos é preciso mostrar muito mais para justificar a titularidade (e, mesmo, a presença no plantel).
Bosingwa – Um caso sério sobre a lateral. Não é, ainda, um caso mediático e tem algumas lacunas no posicionamento interior, mas faz o corredor com uma qualidade que dá para antecipar a cobiça de alguns colossos mais atentos.
Tarik – Mais uma vez iniciou o campeonato a titular, o que não deixa de ser curioso num jogador tantas vezes dado como dispensado nos últimos meses. No entanto, percebe-se que não é uma mais valia e que a equipa ganha muito mais com os movimentos interiores de Lisandro, sobretudo quando tem Bosingwa tantas vezes a fazes de extremo.
Quaresma – Nem sequer esteve inspirado no jogo corrido mas é um jogador que tem uma facilidade enorme em desequilibrar e esse é um atributo fundamental e potencialmente decisivo quando se fazem as contas do campeonato. É só por isso que o considero o melhor da Liga.