Porto – Entre entradas e saídas, o balanço não é, do ponto de vista qualitativo, muito positivo para o campeão. As preocupações surgem, neste inicio de temporada, na menor dinamica de um meio campo muito preso às tarefas de cobertura, delegando em Quaresma a responsabilidade dos desequilíbrios ofensivos. Na zona mais recuada a ausência de Pepe também levanta algumas questões, sobretudo numa altura em que as qualidades de Stepanov ainda não foram verdadeiramente testadas. Pessoalmente penso que, independentemente da sua inegável subida de produção em 07/08, Bruno Alves está longe de se constituir num comandante para sector defensivo que ofereça as garantias de figuras como Pepe, Ricardo Carvalho, Jorge Costa ou Aloísio. Aqui trata-se de uma questão estritamente individual potencialmente resolvida com uma aposta certeira no mercado. O inicio da competição deverá progressivamente revelar um Porto mais arrojado ofensivamente (o regresso de Lucho e a progressiva adaptação dos reforços deverão ajudar). A Liga portuguesa é uma prova em que, para se vencer, é preciso ser-se criativo perante defesas normalmente muito povoadas e Jesualdo sabe-o melhor do que ninguém. Também do ponto de vista defensivo as coisas dever-se-ão compor positivamente com o evoluir da prova. Jesualdo é um treinador com bastantes preocupações em relação a o equilíbrio defensivo das suas equipas e a versão 07/08 do FC Porto não deverá ser excepção, apesar da questão da já referida ausência de Pepe poder influenciar pontualmente. Em suma, este poderá não ser um ano em que se lhe possa atribuir o favoritismo de edições passadas, mas – porque todos têm dificuldades – dificilmente se considerará um candidato claramente mais forte do que o "suspeito do costume".
Sporting – Num ano de responsabilidade acrescida para uma equipa de, agora, jovens certezas, a saídas de Ricardo, Tello, Caneira e Nani terão certamente sido mais do que aquilo que Paulo Bento gostaria. O rigor financeiro conduziu a uma política de aquisições com algum risco desportivo, já que a opção recaiu em jogadores de qualidade, mas em momentos baixos nas respectivas carreiras (obviamente, foi a questão preço que pesou aqui). A defesa foi o último sector a ficar definido, sobrando para no lançamento da temporada a ideia de que Caneira e Tello dificilmente terão substitutos ao seu nível. Vistas bem as coisas, esse até poderá ser o menor dos problemas para Paulo Bento. Do quarteto titular apenas a lateral esquerda carece de definição e os princípios de jogo do treinador deverão garantir que o Sporting seja, de novo, o principal candidato a melhor defesa da prova. Na baliza Stoijkovic é, ainda, uma incógnita importante. Para já deixou boas indicações na pré temporada, mas, como se sabe, o posto de guarda redes não se avalia por pormenores, mas sim pela regularidade exibicional. É um posto importante e creio que, em Stoijkovic, o Sporting poderá ter uma grande aposta para as próximas temporadas, ou... um problema relevante em 07/08.
Se na defesa houve modificações relevantes, é na fase ofensiva que existem maiores sinais de preocupação. Curiosamente, do meio campo para a frente até penso que o Sporting poderá ter ficado a ganhar com o defeso. Nani é uma baixa de vulto mas foram vários os reforços e parece-me que o sector ofensivo tem agora mais e melhores soluções. O problema reside, no entanto, na própria filosofia de Paulo Bento que exige uma grande sistematização e entrosamento para jogar em ataque organizado já que as preocupações defensivas raramente libertam gente para dar maior explosividade à transição ofensiva (principal capítulo a melhorar em 07/08).
Benfica – Foi – e ainda está a ser – um defeso bastante atribulado. A princípio pensava-se que o investimento atempadamente feito iria garantir um plantel mais equilibrado e, sobretudo, pronto para ser antecipadamente trabalhada por Fernando Santos – contrariamente ao que aconteceu no ano transacto. Desta vez, porém, Simão saiu mesmo, seguiu-se Manuel Fernandes e, de repente, a equipa aparece nos ombros de Rui Costa, de quem se pensava que 07/08 pudesse ser uma época menos exigente, face ao reforço do plantel. Nesta altura o Benfica precisa de se refazer ofensivamente. Encontrar uma matriz e um modelo que se encaixe nas novas peças – bem diferentes de um ataque que recorria a Miccoli e Simão como principais referências. As opções, embora não tão claras como em 06/07, são muitas e cabe agora a Fernando Santos escolher. O técnico, estou seguro, em condições normais voltará a moldar um Benfica pressionante e ofensivo, mais forte em casa do que fora e... com alguns problemas no equilíbrio defensivo da equipa. Este foi precisamente o ponto que abordei algumas vezes durante o defeso. Parece-me claro que a maior carência da equipa está na defesa, onde creio que Luisão é ainda uma peça sem alternativa à altura como líder do quarteto defensivo. Talvez a lesão do brasileiro possa agora tornar evidente esta lacuna ainda a tempo de ser rectificada. À parte deste reforço, e a não ser que se trate de uma mais valia evidente, não creio que o plantel ganhe – antes pelo contrário – com mais alguma introdução. O que me parece fundamental é estabilidade e... muito trabalho.
Sp.Braga – Mais uma vez os "Arsenalistas" entram na nova temporada com o estatuto de quarto mais forte (não confundir com "quarto grande"!) e à procura de uma há muito desejada intromissão na luta dos três primeiros lugares. Na verdade, o plantel volta a ser fortíssimo para o nível da Liga, e tudo o que seja abaixo do quarto posto não será menos do que frustrante. A responsabilidade é, por isso, grande para Jorge Costa que terá, na minha opinião, que fazer um pouco melhor do que mostrou em 06/07.
Belenenses – Será de novo, e ainda mais, um candidato sério aos 6 primeiros lugares. Disse-o na temporada passada e desde muito cedo, Jorge Jesus e o seu modelo sustentado no equilíbrio defensivo e fortes transições ofensivas encaixam como uma luva na realidade da Liga Portuguesa. Registaram-se algumas saídas importantes (Dady, sobretudo) mas nada que afecte muito a equipa, até porque houve algumas aquisições potencialmente interessantes. O risco poderá ser a gestão, sobretudo ao nível da concentração, da presença na UEFA.
Marítimo – O facto de Lazaroni ser um ‘rookie’ na Liga torna a formação madeirense numa incerteza. No entanto, creio que tem um plantel dos melhores da Liga e os jogos de pré temporada não trouxeram grandes sinais de tempestade (apesar da eliminação na Taça da Liga). Se for bem orientada pode, claramente, andar por cima.
Nacional – 07/08 tem tudo para voltar a ser um ano descansado na Choupana, eventualmente com uma introdução na luta pela UEFA. O plantel volta a ser bastante competitivo e a questão parece estar na capacidade de Jokanovic para levar a bom rumo os destinos da equipa. A Choupana poderá voltar a ser um ponto chave na temporada. Se o Nacional voltar a ser dominador em casa, então poderá fazer uma boa temporada.
Boavista – Mais um ano de muitas mexidas e importantes saídas. Jaime Pacheco acabou por ficar depois da anunciada a sua partida e o Bessa é hoje um local tudo menos estável. Os feitos do passado recente tornam difícil que se perceba ou aceite a realidade, mas, objectivamente, no Bessa a Europa não deve ser colocada como um objectivo para este plantel
Paços de Ferreira – Novo ano, mesmo Paços? Em geral, penso que sim. A estrutura e, sobretudo, José Mota mantêm-se e isso deverá ser suficiente para garantir um lugar fora da zona de risco. Mesmo se o ano é de novas exigências e o plantel dos mais modestos, o 4-3-3 da Mata Real deverá voltar a dar problemas aos adversários.
Vit.Guimarães – No ano de regresso a um escalão que a dimensão do clube mais do que merece, o Vitória tem o desafio de se desprender do trauma do passado recente, e a melhor maneira passará por não provocar demasiada pressão para as vitórias. O plantel tem qualidade mais do que suficiente e mesmo se penso que Cajuda já não representa a mais valia de outros tempos, antecipo dias tensos mas com tudo para terem um final feliz. Ansiedade para ver o entusiasmante Pelé.
Académica – Este tem de ser um ano diferente para os de Coimbra. Manuel Machado teve um ano de adaptação que foi tudo menos brilhante, mas o seu passado recente não pode deixar dúvidas sobre a sua capacidade. De resto, e apesar do pesadelo da Taça da Liga, a pré foi bem melhor do que anterior, antecipando uma melhor prestação que se prevê mais competitiva.
Vit.Setúbal – Sobrevivente a todos os naufrágios, por que mais é que o Vitória passará este ano? O plantel não é dos melhores – nem poderia ser – mas a aposta em Carvalhal parece-me totalmente acertada e poderá voltar a garantir ao Vitória nova sobrevivência.
Leixões – O regresso depois de tanto tempo não pode ser fácil e o primeiro objective deverá passar pela manutenção. Um plantel baseado numa equipa que venceu a Honra mas com reforços importantes, e com um treinador que, estou em crer, deverá o Mar acima da linha de água.
U.Leiria – Depois de tanto tempo na mó de cima este poderá ser um ano complicado em Leiria. O plantel é dos mais fracos dos últimos anos e o treinador uma incerteza. Se Paulo Duarte conseguir voltar a fazer do contra ataque uma arma furtifera, então a coisa pode compor-se, mas, confesso, tenho dúvidas.
E.Amadora – A base está feita e Faquirá pretenderá o mesmo efeito conseguido durante boa parte da temporada, com uma equipa modesta, mas extremamente concentrada defensivamente. A fórmula resultou no passado, mas 07/08 deve ser um pouco mais competitivo na cauda da tabela...
Naval – Talvez o principal candidato à despromoção. Um plantel sem grande qualidade face à concorrência e um treinador sem experiência na realidade do actual primeiro escalão justificam a esta minha opinião.
Sporting – Num ano de responsabilidade acrescida para uma equipa de, agora, jovens certezas, a saídas de Ricardo, Tello, Caneira e Nani terão certamente sido mais do que aquilo que Paulo Bento gostaria. O rigor financeiro conduziu a uma política de aquisições com algum risco desportivo, já que a opção recaiu em jogadores de qualidade, mas em momentos baixos nas respectivas carreiras (obviamente, foi a questão preço que pesou aqui). A defesa foi o último sector a ficar definido, sobrando para no lançamento da temporada a ideia de que Caneira e Tello dificilmente terão substitutos ao seu nível. Vistas bem as coisas, esse até poderá ser o menor dos problemas para Paulo Bento. Do quarteto titular apenas a lateral esquerda carece de definição e os princípios de jogo do treinador deverão garantir que o Sporting seja, de novo, o principal candidato a melhor defesa da prova. Na baliza Stoijkovic é, ainda, uma incógnita importante. Para já deixou boas indicações na pré temporada, mas, como se sabe, o posto de guarda redes não se avalia por pormenores, mas sim pela regularidade exibicional. É um posto importante e creio que, em Stoijkovic, o Sporting poderá ter uma grande aposta para as próximas temporadas, ou... um problema relevante em 07/08.
Se na defesa houve modificações relevantes, é na fase ofensiva que existem maiores sinais de preocupação. Curiosamente, do meio campo para a frente até penso que o Sporting poderá ter ficado a ganhar com o defeso. Nani é uma baixa de vulto mas foram vários os reforços e parece-me que o sector ofensivo tem agora mais e melhores soluções. O problema reside, no entanto, na própria filosofia de Paulo Bento que exige uma grande sistematização e entrosamento para jogar em ataque organizado já que as preocupações defensivas raramente libertam gente para dar maior explosividade à transição ofensiva (principal capítulo a melhorar em 07/08).
Benfica – Foi – e ainda está a ser – um defeso bastante atribulado. A princípio pensava-se que o investimento atempadamente feito iria garantir um plantel mais equilibrado e, sobretudo, pronto para ser antecipadamente trabalhada por Fernando Santos – contrariamente ao que aconteceu no ano transacto. Desta vez, porém, Simão saiu mesmo, seguiu-se Manuel Fernandes e, de repente, a equipa aparece nos ombros de Rui Costa, de quem se pensava que 07/08 pudesse ser uma época menos exigente, face ao reforço do plantel. Nesta altura o Benfica precisa de se refazer ofensivamente. Encontrar uma matriz e um modelo que se encaixe nas novas peças – bem diferentes de um ataque que recorria a Miccoli e Simão como principais referências. As opções, embora não tão claras como em 06/07, são muitas e cabe agora a Fernando Santos escolher. O técnico, estou seguro, em condições normais voltará a moldar um Benfica pressionante e ofensivo, mais forte em casa do que fora e... com alguns problemas no equilíbrio defensivo da equipa. Este foi precisamente o ponto que abordei algumas vezes durante o defeso. Parece-me claro que a maior carência da equipa está na defesa, onde creio que Luisão é ainda uma peça sem alternativa à altura como líder do quarteto defensivo. Talvez a lesão do brasileiro possa agora tornar evidente esta lacuna ainda a tempo de ser rectificada. À parte deste reforço, e a não ser que se trate de uma mais valia evidente, não creio que o plantel ganhe – antes pelo contrário – com mais alguma introdução. O que me parece fundamental é estabilidade e... muito trabalho.
Sp.Braga – Mais uma vez os "Arsenalistas" entram na nova temporada com o estatuto de quarto mais forte (não confundir com "quarto grande"!) e à procura de uma há muito desejada intromissão na luta dos três primeiros lugares. Na verdade, o plantel volta a ser fortíssimo para o nível da Liga, e tudo o que seja abaixo do quarto posto não será menos do que frustrante. A responsabilidade é, por isso, grande para Jorge Costa que terá, na minha opinião, que fazer um pouco melhor do que mostrou em 06/07.
Belenenses – Será de novo, e ainda mais, um candidato sério aos 6 primeiros lugares. Disse-o na temporada passada e desde muito cedo, Jorge Jesus e o seu modelo sustentado no equilíbrio defensivo e fortes transições ofensivas encaixam como uma luva na realidade da Liga Portuguesa. Registaram-se algumas saídas importantes (Dady, sobretudo) mas nada que afecte muito a equipa, até porque houve algumas aquisições potencialmente interessantes. O risco poderá ser a gestão, sobretudo ao nível da concentração, da presença na UEFA.
Marítimo – O facto de Lazaroni ser um ‘rookie’ na Liga torna a formação madeirense numa incerteza. No entanto, creio que tem um plantel dos melhores da Liga e os jogos de pré temporada não trouxeram grandes sinais de tempestade (apesar da eliminação na Taça da Liga). Se for bem orientada pode, claramente, andar por cima.
Nacional – 07/08 tem tudo para voltar a ser um ano descansado na Choupana, eventualmente com uma introdução na luta pela UEFA. O plantel volta a ser bastante competitivo e a questão parece estar na capacidade de Jokanovic para levar a bom rumo os destinos da equipa. A Choupana poderá voltar a ser um ponto chave na temporada. Se o Nacional voltar a ser dominador em casa, então poderá fazer uma boa temporada.
Boavista – Mais um ano de muitas mexidas e importantes saídas. Jaime Pacheco acabou por ficar depois da anunciada a sua partida e o Bessa é hoje um local tudo menos estável. Os feitos do passado recente tornam difícil que se perceba ou aceite a realidade, mas, objectivamente, no Bessa a Europa não deve ser colocada como um objectivo para este plantel
Paços de Ferreira – Novo ano, mesmo Paços? Em geral, penso que sim. A estrutura e, sobretudo, José Mota mantêm-se e isso deverá ser suficiente para garantir um lugar fora da zona de risco. Mesmo se o ano é de novas exigências e o plantel dos mais modestos, o 4-3-3 da Mata Real deverá voltar a dar problemas aos adversários.
Vit.Guimarães – No ano de regresso a um escalão que a dimensão do clube mais do que merece, o Vitória tem o desafio de se desprender do trauma do passado recente, e a melhor maneira passará por não provocar demasiada pressão para as vitórias. O plantel tem qualidade mais do que suficiente e mesmo se penso que Cajuda já não representa a mais valia de outros tempos, antecipo dias tensos mas com tudo para terem um final feliz. Ansiedade para ver o entusiasmante Pelé.
Académica – Este tem de ser um ano diferente para os de Coimbra. Manuel Machado teve um ano de adaptação que foi tudo menos brilhante, mas o seu passado recente não pode deixar dúvidas sobre a sua capacidade. De resto, e apesar do pesadelo da Taça da Liga, a pré foi bem melhor do que anterior, antecipando uma melhor prestação que se prevê mais competitiva.
Vit.Setúbal – Sobrevivente a todos os naufrágios, por que mais é que o Vitória passará este ano? O plantel não é dos melhores – nem poderia ser – mas a aposta em Carvalhal parece-me totalmente acertada e poderá voltar a garantir ao Vitória nova sobrevivência.
Leixões – O regresso depois de tanto tempo não pode ser fácil e o primeiro objective deverá passar pela manutenção. Um plantel baseado numa equipa que venceu a Honra mas com reforços importantes, e com um treinador que, estou em crer, deverá o Mar acima da linha de água.
U.Leiria – Depois de tanto tempo na mó de cima este poderá ser um ano complicado em Leiria. O plantel é dos mais fracos dos últimos anos e o treinador uma incerteza. Se Paulo Duarte conseguir voltar a fazer do contra ataque uma arma furtifera, então a coisa pode compor-se, mas, confesso, tenho dúvidas.
E.Amadora – A base está feita e Faquirá pretenderá o mesmo efeito conseguido durante boa parte da temporada, com uma equipa modesta, mas extremamente concentrada defensivamente. A fórmula resultou no passado, mas 07/08 deve ser um pouco mais competitivo na cauda da tabela...
Naval – Talvez o principal candidato à despromoção. Um plantel sem grande qualidade face à concorrência e um treinador sem experiência na realidade do actual primeiro escalão justificam a esta minha opinião.