12.6.15

Liga 14/15: Dados individuais finais (desequilibradores)

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Deixo os dados finais da análise que fui mantendo ao longo da temporada, mais concretamente no que respeita aos jogadores com mais influência nos lances mais perigosos da liga portuguesa 14/15. Há alguns pontos que se mantêm desde 13/14, como o destaque máximo justificado por Jackson, o peso muito relevante da dupla ofensiva do Benfica (com Jonas em 14/15, em vez de Rodrigo em 13/14), e Gaitan como o jogador com maior influência criativa da competição. Dentro das novidades, nota para o campeonato excepcional de Marco Matias e para a menor distância entre as principais unidades do Sporting, relativamente às de Benfica e Porto.

Fazendo uma ponte com a actualiadade, esta análise pode também servir de ponto de partida para as perspectivas relativamente ao que poderá ser 15/16, e mais concretamente à importância que poderão ter os movimentos do defeso, relativamente a posições e nomes chave dos três "grandes". Começando pelo Porto, a perda de Jackson será certamente difícil de colmatar, dentro destes parâmetros de rendimento, juntando-se a ela a saída de Danilo, que na sua posição específica conseguia acrescentar uma capacidade de desequilíbrio importante. Ainda assim, a substituição do ponta-de-lança, a confirmar-se a saída de Jackson, será claramente o ponto fulcral do defeso azul-e-branco.

Num patamar bem mais complexo, e interessante já agora, surge o caso do Benfica. Em 14/15, tal como em 13/14, o Benfica conseguiu dominar as presenças no topo desta tabela, o que diz bem do rendimento elevado de várias unidades ofensivas nas equipas que conquistaram o bicampeonato. Começando pela frente, o Benfica contou com um elevado rendimento dos seus dois atacantes, e se na transição de 13/14 para 14/15 era a saída de Rodrigo que representava uma ameaça, desta vez as atenções estão centradas na mudança técnica, já que com a saída de Jesus dificilmente o Benfica manterá o mesmo modelo e as mesmas dinâmicas entre os seus dois avançados, com todos os proveitos que estas trouxeram. Ou seja, se como tudo indica houver mudanças estruturais com a sua chegada, Rui Vitória terá a difícil tarefa de fazer com que isso não prejudique um rendimento muito elevado de Jonas e Lima, que em princípio se manterão nos quadros do clube. Depois, e num plano mais individual, surgem as ameaças em torno das saídas de Gaitan e Sálvio. Os dados são claros e reflectem bem o desafio que o Benfica terá no mercado, caso os dois argentinos abandonem mesmo a Luz. Porque uma coisa são as capas de jornal que os seus substitutos poderão conseguir, outra será ser capaz de participar em quase 50 ocasiões claras de golo, como fizeram Gaitan e Sálvio em 14/15. E isso, não será nada fácil...

Finalmente, o Sporting. A primeira boa notícia para o Sporting reside nos avançados, que conseguiram um rendimento muito elevado (é importante relativizar com o tempo de utilização de cada um) em 14/15. Com Jesus, o Sporting deverá passar a actuar com 2 avançados, e ter Montero e Slimani retira desde já algum peso ao clube, no que ao mercado diz respeito. Se ambos se mantiverem, Jesus terá um ponto de partida prometedor, ainda que outros jogadores possam entrar nesta equação. Mais problemática, porém, poderá ser a questão dos extremos. Nani, Carrillo e mesmo Mané conseguiram um rendimento bastante bom e próximo das melhores unidades dos rivais. Se pudesse também contar com estas unidades, Jesus teria certamente pouco com que se preocupar, mas Nani será baixa certa, Carrillo tem um processo de renovação complicado e que pode obrigar também a uma saída já neste Verão e o próprio Mané parece poder abandonar o clube. Se assim for, o Sporting terá neste mercado um desafio semelhante àquele que me parece ter o Benfica, relativamente às anunciadas saídas de Gaitan e Salvio. Ou seja, não será nada fácil encontrar alguém que consiga manter o mesmo rendimento individual, havendo ou não maior investimento por parte do clube de Alvalade. E aqui está, a meu ver, o grande desafio para o defeso do Sporting, e para a criação de condições reais para o ataque ao título.

Uma nota final para os guarda redes, não tendo havido em 14/15 motivos para grandes destaques na liga portuguesa. Ainda assim, referência para os 4 nomes que, jogando pelo menos 1000 minutos conseguiram uma percentagem de eficácia em ocasiões de golo (isto é, ocasiões defendidas sobre total de ocasiões enquadradas com a baliza) superior a 50%. Foram eles Júlio César (Benfica), Fabiano (Porto), Assis (Guimarães) e Matt Jones (Belenenses).

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