26.2.12

Eficácia e não só

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- Não há muita volta a dar... quem falha tantas ocasiões, tem sempre de olhar para a eficácia quando perde pontos e, ainda por cima, num empate a zero. Agora, será apenas da eficácia? Talvez não. Primeiro, o lado emocional. Já escrevi algumas vezes sobre a invulgar volatilidade das equipas de Jesus, algo que se constata em praticamente todas as épocas do treinador, e que vinha tendo esta temporada como principal excepção. Até agora. Depois das 2 derrotas, o terceiro jogo sem ganhar trouxe também a segunda vez em que Jesus regista dois jogos sem marcar. Tudo de repente, e de seguida. Essa inconstância pareceu ser o principal foco de Jesus para a nova época, quer pela forma como procurou encontrar uma solução mais equilibradora (Witsel), quer por algumas alterações nos comportamentos da equipa ao nível da gestão da posse. É claro que é impossível identificar com exactidão os motivos, e há que contar ainda com a importante contribuição da ausência de algumas unidades que vinham sendo nucleares na equipa. Ainda assim, é impossível dissociar esta quebra da tendência comportamental que anteriormente fora identificada. Seja como for, vêm aí jogos decisivos e mesmo se o Benfica permanece em boa posição, Jesus reaparece subitamente numa posição de exposição perante a critica... ou não fosse ele um treinador de futebol!

Já agora, sobre eficácia, fica o ranking segundo dados da liga (%Golos marcados por oportunidades criadas):

Marítimo 37%
Braga 36%
Guimarães 36%
Benfica 31%
Porto 30%
Gil Vicente 27%
Nacional 24%
Rio Ave 23%
Beira Mar 22%
Sporting 21%
Academica 20%
Olhanense 19%
Feirense 18%
Leiria 18%
Setúbal 16%


- Um caso interessante, é o da Académica. Há poucas equipas que tenha um modelo de jogo tão arrojado como a equipa de Pedro Emanuel. Aliás, parece-me discutível dizer que haja alguma. Risco em posse e risco na exposição pelo posicionamento defensivo. Ao mesmo tempo, porém, há muitas coisas que faz bem, como muito poucas equipas da Liga fazem. O resultado é uma época de grandes oscilações, com períodos de grande euforia e qualidade (fundamentalmente, quando se juntam confiança e especificidade), e outros bem difíceis, como o que atravessa desde o inicio do ano. Quem não parece estar a gostar do outro lado da moeda é Pedro Emanuel, e talvez por isso tenha adoptado uma postura mais conservadora para este jogo. É, mais uma vez, motivo de reflexão sobre a importância de dosear risco e segurança na definição das ideias de jogo que se querem para as equipas. Até porque, como defendi há dias, o futebol parece frágil.

- Uma nota para outro caso estranho, o 4-4 entre PSG e Lyon. Numa liga conhecida pelos poucos golos marcados, parece que os grandes jogos estão talhados para resultados volumosos e sempre muito equilibrados. Mais um fenómeno do futebol para o qual só os deuses deverão ter resposta.

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