21.4.11

Clássicos: notas antes da análise (breves)

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- Não era o cenário mais provável, mas era certamente um cenário que muitos já antecipavam, dado o momento das duas equipas. Sobre o jogo em si, voltarei com uma análise mais cuidada, preferindo não avançar já com grandes apreciações. No entanto, creio que o momento começa a ser critico para o Benfica e para Jorge Jesus, merecendo a situação algumas reflexões. Primeiro, constatar que o Benfica voltou a não mostrar capacidade de gestão do jogo e da eliminatória, e, também, que voltou a ter no capítulo emocional uma debilidade gritante assim que se sentiu ameaçado (quantas vezes encaixou o Benfica vários golos em períodos curtos de tempo?). Mas - e o meu ponto é este - tudo isto já se conhecia e, tal como as qualidades do seu modelo, também estes defeitos haviam sido detectados antes mesmo de Jesus chegar ao Benfica. Ao contrário do que apontam os habituais "diagnósticos de segunda feira", não tem a ver com sistemas, nem, tão pouco, com opções individuais. É, antes sim, um problema de ADN desta equipa e desta liderança, e que, mesmo não tendo sido tão exposto no passado, sempre existiu. Hoje, é fácil criticar Jesus - e muitos dos mais duros serão os mesmos que o elogiavam desmesuradamente há bem pouco tempo - mas Jesus não é hoje menos competente do que quando foi considerado o grande responsável pela excelente época de 09/10.

- Outro jogo que merece análise - e a terá, mais tarde - é o Real Madrid - Barcelona. Para já, quero apenas fazer uma referência ao facto de se terem jogado os dois clássicos ibéricos ao mesmo tempo. Não há dúvidas qual dos dois merece a prioridade do mercado internacional, mas o momento do futebol português poderia fazer com que o jogo da Luz fosse procurado e visto em todo o mundo, valorizando a imagem dos dois clubes e do futebol interno. Era bom que se pensasse mais e fizesse destes assuntos a grande prioridade do futebol português (em vez de outros, que nem vale a pena comentar). A competência ajuda (e muito!), mas se não se souber vender, o futebol português continuará a ver aumentadas as diferenças de orçamento e condições para as principais ligas. Que é como quem diz: terá cada vez menos hipóteses de garantir melhores jogadores, melhores treinadores e, consequentemente, tem melhor futebol.

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