20.1.11

O recital de Maniche

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Nos tempos que correm, não é propriamente um fenómeno de popularidade. Há quem não goste do estilo, do penteado, do ordenado ou mesmo do bilhete de identidade. Para mim, que não valorizo especialmente algum desses aspectos na análise que faço dos jogadores, Maniche é um jogador de aptidões e qualidades raras e dos melhores que a nossa liga tem a oportunidade de ter. Em vários jogos, um verdadeiro recital de bem jogar.

O vídeo reporta-se apenas à primeira parte do jogo com o Paços e se o número de intervenções acertadas de Maniche é invulgarmente elevado (invulgarmente, mas não para ele), o que merece mais destaque no jogo de Maniche não é isso mas outros aspectos.

Note-se que em quase todas as acções de Maniche o seu tempo na bola é muito curto e a sua acção é definida também num número muito limitado de toques na bola, sem que isso afecte a qualidade, quer da decisão, quer da execução. Claro que para conseguir fazer recepções sempre bem orientadas e passes bem medidos é preciso um grande qualidade técnica. Nisso estamos conversados.

O que mais distingue a qualidade de Maniche, aquilo que o tornou, em tantos momentos, num médio de elite do futebol mundial, e que seguramente não se perde com a idade, é a leitura e antecipação que faz de cada jogada em que intervém. É notável a forma como parece já ter decidido o que vai fazer no momento seguinte, sendo que até nas jogadas em que intercepta acções adversárias consegue várias vezes direccionar a sua intervenção.

A única coisa que se pode lamentar, para o Sporting, é que a equipa não tenha outra qualidade de movimentação para dar sequência àquilo que Maniche lhe pode oferecer. Quer em termos de circulação, quer em termos de movimentos sem bola, outro dos cartões de visita deste veterano.



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