15.2.10

Benfica - Belenenses: Afinal, deu para suar...

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“Melhor o resultado do que a exibição”. É uma frase tão vulgar que serão poucas as pessoas que nunca a terão lido ou ouvido no rescaldo de um jogo. No caso do Benfica e da sua carreira na liga, no entanto, esta é uma máxima de aplicabilidade rara. E recorro a esta introdução, não porque o triunfo frente ao Belenenses não se tivesse justificado – que justificou – mas porque, paralelamente, ficou facilmente claro que, nem a exibição encarnada correspondeu às expectativas, nem um outro desfecho teria escandalizado quem quer que fosse. Responsáveis? As duas equipas...

Começando pelo Belenenses, porque merece o destaque. Se o Benfica poderá encontrar, em si próprio, motivos que contribuíram para as dificuldades sentidas, grande parte destas são explicadas pelo mérito do Belém. Esta equipa, que jogou na Luz, está longe de ser a pior da Liga. Isto, sob inúmeros itens de análise. Onde, talvez, roce a mediocridade é na confiança, e talvez esse tenha sido o maior entrave a um melhor resultado na Luz. Mas, afinal, o que fez de bom o Belenenses? Bem, começando por aquele que talvez tenha sido o seu maior mérito: a linha defensiva. Ao contrário do passado, Toni, concebeu uma linha defensiva que obriga a equipa a recusar-se a “afundar” no campo, implicando também um encurtamento de espaços na zona de criação encarnada. A isto, junto-se uma boa solidariedade e agressividade no pressing, contribuindo para um bom rendimento sem bola. Isto, mesmo se a estratégia “zonal” esqueceu a importância de certas zonas, particularmente naquelas onde emergem os “pivots” do jogo encarnado. Depois, com bola, o Belenenses também teve momentos de rara ousadia, com boa posse de bola, sustentada por um jogo apoiado e muito rápido entre os seus jogadores. O problema foi, por um lado, a falta eficácia e, por outro, a irregularidade deste registo positivo, com a equipa a perder clarividência em vários momentos, nomeadamente em quase toda a segunda parte. Ainda assim, claramente positiva a prestação dos “azuis”.

E do lado do Benfica, o que dizer? Bem, posso começar pelo cruzamento de Ramires, que se provaria uma bênção para a equipa. Um grande momento do brasileiro que, acrescento, é raro nele nos dias que correm. Esse lance ajudou a afastar temporariamente o Belenenses do bom inicio que vinha fazendo, mas, depressa, as dificuldades voltaram a sentir-se. Por um lado, creio, nota-se a influência na velocidade de decisão provocada pela repetição de jogos, por outro, também não me parece que o Benfica estivesse preparado para um Belém tão capaz. Ainda assim, deve dizer-se, a superioridade encarnada foi mais clara na segunda parte onde, com alguma eficácia, poderia ter resolvido o jogo.

No que respeita às contas do campeonato, o Benfica mantém-se numa boa posição, embora não tão boa como se desejaria para uma equipa que pretenderá ir longe na Liga Europa. Esse será, e repito a ideia, o grande desafio do Benfica. Em termos de qualidade, o Benfica já ganhou a época, em termos de resultados, no entanto, tudo se jogará na recta final. Da glória à... frustração.



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