4.12.08

Ronaldo Ballon d'or

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- É um feito para o futebol português e uma honra para o país. Talvez estejamos mal habituados com os feitos recentes de algumas individualidades portuguesas e, muito particularmente, da distinção que Figo conseguiu há pouco tempo. Pense-se, no entanto, que entre Eusébio e Figo passaram 35 anos (note-se que até 1995 apenas jogadores europeus podiam ser distinguidos o que facilitava muito as coisas) e que não é certo quanto tempo vai demorar ao futebol português para produzir um “melhor do mundo”.

- Há muito quem não perceba o alcance excepcional que é um país com 10 milhões de habitantes ter 2 jogadores diferentes a receber esta distinção no espaço de uma década. Portugal é um fenómeno de excelência no (altamente competitivo) meio futebolístico e é também uma forma de provincianismo falar de “Figos, Ronaldos ou Mourinhos” como algo normal ou expectável num país com a dimensão de Portugal.

- Suspeito que o país que menos reconhece a justiça do prémio é Portugal. Estamos a ficar mal habituados. Em todo o mundo se vê esta como uma das mais indiscutíveis eleições dos últimos anos (basta lembrar Cannavaro, Shevchenko, Nedved ou Owen).

- Ronaldo pode não ser o jogador que todos mais apreciam (não é o que eu mais aprecio) mas é indiscutível que o seu rendimento foi, de longe, o melhor. Diria que Ronaldo pode não ser o mais genial dos jogadores mas será seguramente o mais valioso, se tivermos em conta a frequência e regularidade do seu rendimento.

- Ronaldo não é um jogador perfeito. Longe disso. Essa é, de resto, a boa notícia para quem chega tão jovem a este nível. A evolução desportiva é um desafio mas o primeiro será a nível psicológico. Creio que está no sitio certo com as pessoas certas mas os últimos tempos não têm deixado bons indícios a este nível. Não é invulgar assistirmos a derrocadas após chegar a número 1. É um clássico da psicologia desportiva, sobretudo nas modalidades individuais.

- Por último, não resisto. Para mim já merecia este título pelo rendimento que teve em 2007 e creio que Kaká terá sido injustamente galardoado nesse ano. A propósito dessa já longínqua discussão deixei, há um ano, a previsão de que Kaká não estaria entre os 3 melhores de 2008. Ficou em 8º.

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