21.4.14

Manter Jesus, o Ovo de Colombo de Vieira

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Consideremos o seguinte cenário:
- Numa determinada época, 2 clubes apresentam-se claramente mais fortes do que toda a concorrência, acabando separados na classificação final por apenas 1 ponto.
-  Na preparação da época seguinte, um desses clubes perde 2 das suas unidades de maior qualidade e importância, e substitui ainda o seu treinador. Por contraponto, o outro clube mantém o seu elenco praticamente inalterado, tanto relativamente aos principais jogadores, como ao nível da sua liderança técnica.

Qual o desfecho que se apresenta mais provável para a época seguinte?

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O problema, exposto desta forma, parece ser bastante trivial, mas com certeza que não serão precisos grandes apelos à memória para relembrar como poucos o viram de maneira bem diferente assim que terminou a época passada.

Não era obviamente um dado adquirido que o Benfica conseguisse chegar ao título mantendo a equipa técnica, nem tão pouco que não atingisse igualmente esse objectivo caso tivesse mudado de treinador. Mas, face às mudanças encetadas pelo seu principal rival, era lógico que as hipóteses se balanceavam favoravelmente para o Benfica, sendo que qualquer mudança no próprio elenco só poderia acrescentar risco indesejável a esta equação.

No futebol, e como já diversas vezes escrevi, a componente emocional é um factor omnipresente e que a meu ver não pode nem deve ser ignorado. Neste sentido, será errada uma gestão que permaneça autista perante a relevância dos sinais emocionais que lhe são dados a partir do exterior. Um equívoco maior, porém, será a sobresensibilidade ao domínio emocional, nomeadamente permitindo que este distorça aquela que é a lógica natural das coisas.

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