14.3.14
Porto - Nápoles: Estatística e opinião
O momento da época, e da própria equipa, não permite que se confundam prioridades: ganhar é, mais do que nunca, o fundamental. Neste sentido, percebe-se perfeitamente a satisfação pelo triunfo e a esperança que este transmite, tanto a adeptos como aos próprios jogadores. Para segundo plano ficam, ainda assim, alguns sinais menos positivos relativamente ao que a equipa mostrou em campo, e que deverão justificar alguma moderação no optimismo com que se projecta o futuro imediato.
Começando pela fase de construção, pessoalmente não me pareceu um grande jogo da equipa azul-e-branca, com vários erros potencialmente comprometedores e perante uma equipa que não faz do condicionamento pressionante sobre a fase de construção adversária uma prioridade do seu jogo. Este parece-me um ponto importante para o clássico de Alvalade porque, ao contrário do Nápoles, o Sporting adopta uma postura mais pressionante sobre nesta fase do jogo, tendo sido precisamente aí que o Porto mais dificuldades sentiu no jogo para a Taça da Liga. É, portanto, um aspecto interessante para acompanhar no fim-de-semana.
Depois, e previsivelmente, há aspectos que não parecem ainda totalmente assimilados, nomeadamente em organização defensiva. A definição do pressing, e o papel dos dois médios interiores, causa-me algumas dúvidas, mas o ponto onde a equipa se revelou mais vulnerável foi no comportamento da linha defensiva, várias vezes assumindo o risco de expor a profundidade, em situações onde me parece muito discutível que o faça. Este é um problema que vem de trás e que, mesmo havendo essa intenção, pode não ser fácil de corrigir no imediato. Seja como for, o Nápoles teve também muito mérito na forma como, em algumas ocasiões, expôs as costas da defesa portista.
Tudo somado, o Porto sai desta primeira mão com uma vitória feliz, não só pelo triunfo mas pelo facto de não ter sofrido qualquer golo, num jogo onde o Nápoles fez mais do que o suficiente para o ter conseguido. Para já, e mais até do que melhorar, o grande desafio é conseguir que a equipa dê continuidade a este nível de resposta, num ciclo de jogos muito apertado, de elevado grau de dificuldade e onde não se prevê que não haja muita rotatividade nas escolhas dos principais protagonistas. Não vai ser fácil...