16.3.11

Meio campo do Porto: o "motor" do campeão

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Dizer-se que o meio campo é o "motor" da equipa é tão vulgar, que se pode considerar um "cliché" do futebol. A verdade, porém, é que poucas equipas e, já agora, poucos campeões terão tido um "motor" tão bem afinado como o do Porto nesta temporada.

O que me leva a ser tão elogioso? Primeiro, a percepção da missão colectiva. Ou seja, há uma óptima sintonia entre os elementos do meio campo no desempenho das suas diversas tarefas. Apesar de haver "especialistas", há também a liberdade para trocas posicionais pontuais, sem que, porém, se perca a ordem colectiva. Algo que se observa sobretudo na dinâmica em posse. Depois, e ainda dentro do campo colectivo, há também uma excelente percepção da importância do que deve ser feito em todos os momentos de jogo. Lucidez de critério em posse, noção da importância da relação tempo-espaço na reactividade à perda.

Depois, os méritos individuais. Porque o colectivo, afinal, faz-se de várias missões individuais. Aqui, há várias especificidades, pontos fortes e fracos entre todos os intervenientes. São conhecidos, óbvios, e dispensam grandes comentários. Mas há um ponto comum (especialmente quando jogam Fernando, Belluschi e Moutinho) que tenho realçado e que volto a fazê-lo, por ser realmente raro e importante: a intensidade e reactividade.

Uma explicação sobre os gráficos que usam dados estatísticos recolhidos ao longo de toda a Liga. O rendimento acumulado apresentado tem em conta todos os minutos de utilização e não faz a "normalização" que habitualmente utilizo para comparar rendimentos relativos. De resto, em relação à comparação entre os "motores" dos 3 "grandes", o Porto destaca-se sobretudo pela sua competência e consistência em todos os eixos de análise. Daí ser, com alguma distância, o que melhor rendimento garantiu.

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