- Entretanto, não se podia pedir mais animação do que aquela que o processo eleitoral do Sporting nos tem oferecido. É curioso: nem o sucesso continuado do Porto, nem a recente melhoria do Benfica resultam de um “click” de investimento ou capacidade aquisitiva. Qualquer análise lúcida teria de concluir que o orçamento é uma condição necessária, sim, mas que está também muito longe de ser suficiente para ser melhor do que os outros. O que se vê, porém, é uma quase obsessão dos candidatos por milhões e tubarões. E – não me interpretem mal! – eles saberão bem o que lhes valerá mais votos e simpatia. O ponto é que se a democracia é, seguramente, a menos errada das soluções, está também longe de ser um sistema perfeito no que respeita à lucidez das orientações. A pior notícia, claro, é que não são precisas as eleições do Sporting para que tenhamos essa realidade bem presente.
- Por falta de tempo, não deixei aqui a análise ao jogo do Porto em Leiria. Fica prometida uma análise mais abrangente nas próximas horas sobre o trajecto da equipa, mas deixo também alguns pontos sobre o jogo.
- Lamentável abordagem estratégica do Leiria. Não por ser muito defensiva, mas por revelar uma interpretação demasiado limitada.
- Grande qualidade – outra vez! – do jogo do Porto em posse. Tanto na circulação, como na reacção à perda.
- Individualmente, destaques para Belluschi, Moutinho, Guarin, Fucile e James. Por esta ordem.
- Alguns dados estatísticos, algo diferentes do que é comum, mas que dizem bem da matriz, tanto deste jogo, como daquilo que idealiza a filosofia de jogo deste Porto de Villas Boas: representatividade do ataque posicional – 86% dos passes; 14 das 23 finalizações; 5 dos 6 desequilíbrios ofensivos.