Nas notas que deixei sobre o derbi, sublinhei a importância dos últimos 15 minutos, a enorme superioridade do Benfica nesse período e o carácter decisivo que as bolas divididas assumiram para a definição dessa tendência. Ora, nem este tipo de lances entra facilmente no nosso "radar percepcional", nem a generalidade das pessoas tem a oportunidade de poder rever o jogo mais cuidadosamente. Por isso, e para que se entenda melhor o meu ponto sobre esse importante detalhe, encerro o tema do derbi com um apanhado de algumas jogadas desses últimos 15 minutos.
A chamada de atenção é óbvia e vai para a forma como os jogadores do Benfica fizeram dos duelos individuais o motor de arranque para o assalto final à vitória. Seja na sequência de pontapés longos, seja em situações de insistência após iniciativas ofensivas. Há vários motivos para explicar esta tão gritante disparidade de aproveitamento entre as equipas: desde a agressividade, à atitude e passando também pela capacidade posicional. Seja como for, o que me parece claro é que há da parte do Benfica uma consciência muito maior para a importância deste tipo de situações, bem como uma reacção colectiva muito mais preparada e adequada para ficar mais vezes com a bola. E a "qualidade táctica", vê-se também aqui.
Por fim, 2 notas... Uma para a importância de Javi Garcia no jogo (um jogador sobre quem não sou frequentemente elogioso, note-se), que não foi muito percebida para além do golo: simplesmente pulverizou a oposição neste tipo de lances, dando grande força à equipa pela conquista sucessiva da bola. A segunda nota vai para o "Oasis" do Sporting neste período: a ocasião de Matias. A jogada nasce também de um pontapé longo, e também ele ganho pelo Benfica - creio que o Sporting não ganhou 1 única segunda bola neste período. A diferença foi o erro de Luisão, que colocou a bola em Valdes. Uma perda de bola que, como muitas outras, continuam a ser o grande risco deste Benfica