15.3.07

O efeito "Zé Tó"

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A notícia foi apresentada como uma espécie de “bomba-relógio” no futebol, trazendo inevitavelmente à memória os efeitos de médio-longo prazo que resultaram do acordão Bosman. De imediato se equacionou quanto poderiam os principais jogadores dos grandes custar mediante uma indemnização calculada apenas através do salário e do tempo de duração do contrato. Pois bem, num cenário ainda muito nubloso eu junto uma pergunta: Tendo em conta que esta é uma “revolução” apenas respeitante ao futebol português, quem pode ameaçar os grandes clubes? A resposta é evidente: eles próprios!

Estando as transferências envolvendo clubes estrangeiros sujeitas a regulamentos internacionais, apenas um cenário de “guerra” entre grandes poderia agitar verdadeiramente estes clubes. Como já há algum tempo que o “cachimbo da paz” parece ter sido fumado entre os colossos nacionais – basicamente percebeu-se que “roubar” jogadores apenas beneficia empresários e atletas trazendo aos clubes e a médio prazo nada mais do que instabilidade e pressão sobre os respectivos planteis e estrutura dirigente. Assim, parece-me que os efeitos desta notícia podem apenas fazer baixar o preço das transferências “intra-muros” devolvendo aos grandes clubes a hegemonia do mercado interno que parecia perdida face crescente competição vinda do estrangeiro. Os clubes nacionais podem passar a negociar directamente com os jogadores oferecendo melhores salários e não pagando como até aqui ao clube detentor do passe. Ainda assim tenho muitas dúvidas sobre o que as instancias internacionais terão a dizer sobre isto... Estamos, no fundo, a falar de condições diferentes no espaço comunitário!

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