O jogo começou mostrando um Leiria com um bloco baixo formado por duas linhas a defender mais em largura do que em profundidade. A estratégia passaria – não havia alternativa face ao rumo que o jogo levava – por procurar um aproveitamento eficaz dos contra-ataques através de uma transição ofensiva forte. O Sporting, até à expulsão de Liedson, foi dominador do ponto de vista territorial e nesse momento chave do jogo até já podia estar a vencer. Depois da machadada do vermelho a Liedson e ainda que não tenha sido de forma súbita, as coisas inverteram-se... Domingos tentou que o seu Leiria fosse aquilo que nunca conseguiu ser ao longo de toda a época: uma equipa dominadora e com uma posse de bola que empurrasse o Sporting constantemente para zonas recuadas. Só que Paulo Bento percebeu e, de forma inteligente, trocou a posse de bola pela velocidade – a ideia era explorar da melhor forma (ou seja com transições velozes) o espaço que o Leiria se dispunha a conceder ao colocar muitos homens à frente da linha da bola.
De facto, qualquer das equipas podia ter vencido – houve oportunidades para isso – mas foi o Sporting quem mais e melhor jogou. Revelou-se o carácter de uma equipa que tinha tudo para quebrar animicamente quando se viu reduzida a 10 (pedir-se mais, em termos de jogo, a uma equipa que jogou 70 minutos em inferioridade no campo de um adversário que luta pelo 4º lugar, parece-me irrealista).
Ao Sporting não restam – objectivamente falando – esperanças no que respeita ao título. Creio que aos leões faltou uma transição ofensiva mais forte na liga 06/07. Ao ataque falta um jogador que possa dar velocidade e, na fase de criação, Carlos Martins tem feito muita falta pela qualidade espontaneidade que lhe sobram e rareiam no restante plantel.
Lance Capital – O momento de pressão
O “Pressing” é um instrumento fundamental do futebol moderno, sem dúvida! Ainda assim, a pressão não pode ser feita com a mesma intensidade em todos os lances. Fazê-lo poderia ser um suicidio, sobretudo perante formações mais capazes do ponto de vista técnico. É por isso que se torna importante que haja inteligência no momento de “atacar” a posse de bola. Foi precisamente isso que fez Moutinho num lance que ilustra o jogo enorme do pequeno médio e que proporcionou a Yannick uma oportunidade de ouro para desfazer o nulo.
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