10.1.07

Chelsea e o "jogo de transições": Causa ou Consequência?

ver comentários...
Ponto prévio: Com alguma frequência tenho-me referido a Luis Freitas Lobo (LFL), por vezes discutindo algumas das suas análises. Faço-o porque partilho da sua paixão pelo jogo, porque gosto de o discutir e de o pensar. O Planeta de Futebol é um espaço de uma riqueza futebolística invulgar – e não me estou a limitar ao nosso rectângulo à beira mar plantado!

Para explicar a estranha tendência dos ‘Blues’ para ir ao fundo das suas redes, LFL aborda a maior velocidade observada nos jogos do Chelsea. O jogo de transições – tão típico no futebol britânico – pode ser o segredo da atractividade de uma partida, mas é também a lacuna das formações ditas “utópicas”. Mourinho mostrou-o e nisso estamos de acordo!
LFL prossegue argumentando que Mourinho, determinado a reconquistar a Europa, terá mudado o “jogar” do Chelsea tornando-o mais propenso a ritmos elevados e menos calculista quando em posse de bola. Só aqui entram as individualidades – segundo LFL, o Chelsea 2006/07 apresenta lacunas que não lhe permitem assumir com sucesso o jogo dos ritmos elevados... É aqui que eu discordo – para mim o jogo de transições é uma consequência e não a causa do problema...
Admitindo correcções, não creio que Mourinho pudesse tocar num dos mais essenciais princípios de um “jogar” que o levou ao topo em tão pouco tempo. No entanto, para que as equipas tenham a capacidade de gerir convenientemente os ritmos do jogo é preciso uma grande dose de lucidez e concentração – é preciso controlo emocional! Estas são características que apenas as equipas confiantes e seguras conseguem ter. Quando os erros começam a surgir aparece também a ansiedade e a insegurança. Assim, as decisões individuais e colectivas dos jogadores tornam-se menos lucidas, menos reflectidas e mais instintivas. O jogo acelera, a posse de bola é esquecida e o resultado é uma incógnita – está perdido o tão falado controlo da partida.
Aos treinadores cabe conseguir a melhor soma das 11 partes da sua equipa. O problema é que a qualidade de cada uma dessas 11 partes é um factor altamente relevante e no caso do Chelsea ela tem sido bem menor do que no passado...

Ausências e soluções...

- Petr Cech – lesionado, tem sido substituido por Hilário – a terceira opção.

- Gallas – Saiu para o Arsenal e Ashley Cole não revela a mesma capacidade posicional do francês, figura fundamental no equilíbrio defensivo do Chelsea dos anos anteriores.

- Terry – Lesionado, tem tido como substituto o impensável Paulo Ferreira. Esta é uma das lacunas mais evidentes.

- Joe Cole e Damien Duff – Duas figuras fundamentais na época anterior. Um está lesionado e o outro saiu. As alternativas para as extremas (Kalou e Wright-Phillips) não têm a mesma capacidade de desequilíbrio ofensivo. Por outro lado, Ballack não se revelou ainda a mais valia que o esquema alternativo (442) exigia.

- Robben – Um dos maiores talentos da equipa tem tido uma presença intermitente. As lesões são uma dor de cabeça constante, mas não é só...

- Crespo e Gudjohsen – Duas alternativas que rendiam golos e que não encontram no rendimento de Shevchenko comparação possivel. Resta o inspiradissimo Drogba...

AddThis