23.1.07

As Contas das SAD em 2005/2006

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A resposta a muitos dos "porquês" do futebol encontra-se - de forma mais ou menos explicita - nos documentos que as SAD regularmente são obrigadas a comunicar à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. É curioso, porém, que pouca gente se preste ao simples trabalho de as ler e, mais do que isso, de as tentar compreender. As finanças dos clubes estão numa espécie de "Terra de Ninguém" no que diz respeito à opinião: De um lado, a ignorância financeira dos jornalistas desportivos, do outro os analistas financeiros e seu desprezo por um sector visto como pouco transparente e sério. Para este tema ainda não existe "contraditório" apenas um "abanar de orelhas" sempre que alguém disparata sobre o assunto (querem um exemplo: as opiniões de Camilo Lourenço, tantas vezes pouco fundamentadas e nunca questionadas).

No que respeita às Contas de 2005/2006 são evidentes os momentos em que cada uma das sociedades se encontra:
No Porto vive-se uma situação que urge inverter em 2006/2007, já que não é possível continuar com tamanho desequilíbrio económico. Pinto da Costa já "esticou a corda" até ao limite e, caso o cenário de 2004 não se repita em 2007 (sim, estou a falar de uma vitória na Champions) a situação poderá tornar-se num autêntico bico de obra... Fundamentalmente, é preciso reduzir os custos com o valoroso plantel (salários e amortizações) - ou seja, é preciso vender muitos e alguns bons!

No Sporting a situação é inversa. Os custos estão controlados, a situação está economicamente estabilizada, mas é fundamental aumentar receitas - torna-se difícil ser-se desportivamente competitivo quando se tem um rival que gasta o dobro com o seu plantel! A qualidade da academia é uma vantagem competitiva enorme - não é só conversa - mas como é que se vão gerir carreiras de estrelas em ascensão sem orçamento para aumentar salários?

No Benfica tem havido um importante trabalho ao nível das receitas, particularmente no diz respeito à relação com os sócios - apesar de não ter as melhores assistências. Do outro lado estão os custos com o pessoal, algo elevados. O Benfica tem rescindido alguns contratos com jogadores dispensáveis o que, sendo uma boa medida, pode não ser suficiente em 2006/2007. É que na época anterior o prejuízo de 1,2 milhões de euros contou com o auxilio da boa prestação na Champions - algo não repetido este ano - bem como com os milhões das "boas vendas" dos laterais Miguel e Alex. Para evitar uma derrapagem em 2006/2007, ao Benfica não restará outra hipótese senão vender alguns activos. O mais importante, porém, será mesmo um ajustamento dos salários...

Para terminar, ficam aqui os links para os relatórios e contas de 2005/2006:

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