11.3.12

A Liga que ninguém quer ganhar...

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"Demos 45 minutos de avanço!" O diagnóstico foi feito por Vitor Pereira, mas teria sempre eco em grande parte dos adeptos portistas. Na realidade este é, aliás, um dos comentários mais comuns entre os adeptos, seja de que clube for e, em geral, resulta de uma ilusão. É que o futebol tem, por norma, mais golos nas segundas partes do que nas primeiras, e as equipas tendem a convergir para os resultados que lhes interessa. Assim, é apenas normal que uma equipa favorita ataque mais numa segunda parte em que precisa de um resultado. Nem tem de ser necessariamente mau, lembro-me por exemplo do Chelsea de Mourinho, que durante algum tempo manteve essa característica de resolver os jogos nas segundas partes. Seja como for, no caso do Porto, é inequívoco que não é normal que a equipa acumule tantos jogos consecutivos em que entra na segunda parte sem ter ganho vantagem no marcador. Não é normal, sobretudo, porque os adversários são de uma valia muito inferior e a expectativa é que a sua resistência não chegue para tanto. Aqui, claramente, pensar em Feirense ou Leiria, não é o mesmo que pensar na Académica que, como já aqui deixei a opinião, é das equipas tacticamente mais interessantes do campeonato. De todo o modo, e mesmo que já não pareça nada depois do jogo, este era um dos jogos onde a perda de pontos seria menos provável...

O empate portista vem acentuar uma tendência estranha na Liga. Durante muito tempo este parecia ser um campeonato para ser decidido no pormenor, e com muito poucas perdas de pontos. De repente, eis que se sucedem resultados inesperados, primeiro de Benfica, e agora de Porto, para mais na condição de líderes, o que é ainda mais estranho porque o factor confiança - recorrentemente decisivo neste tipo de situações - deveria contar a favor. Dir-se-ia que esta é uma liga que ninguém quer ganhar. Se continuarem com tantas gentilezas, Benfica e Porto poderão continuar a lutar ponto a ponto... correm é o risco de não estar a lutar pelo lugar que pensavam...

Um pormenor no golo da Académica, que vem na sequência de algo que já escrevi aqui há algum tempo. Este tipo de cruzamentos, tirados ao segundo poste, tem a particularidade de tornar muito mais difícil a tarefa aos guarda redes (não conseguem definir o posicionamento ideal para a abordagem à finalização). Estranhamente, denoto pouca intencionalidade na procura deste tipo de movimento.

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