O primeiro ponto tem a ver com o posicionamento de Dzeko, que oferece sempre largura na última linha, fixando o lateral do lado contrário da bola. É um posicionamento intencional e que me parece merecer grande reflexão, já que muitas vezes as equipas o ignoram, pela urgência que sentem em trazer gente para criar apoios do lado da bola. No caso, e recorro a dois exemplos de jogadas diferentes mas de origem semelhante, o posicionamento de Dzeko mantém João Pereira aberto, impedindo que o lateral pressione por dentro quando a bola vem do outro lado. A consequência disto tem a ver com o espaço que se cria no interior, nomeadamente quando o pivot é atraído para o lado da bola, o que sempre acontece. Num primeiro caso, Dzeko é mesmo solicitado, sobressaindo a intenção de aproveitar o espaço nas suas costas, mas Portugal reage bem à situação. Num segundo, porém, perde-se o controlo nas costas da linha média, com um médio a aparecer no espaço "entrelinhas". Esta perda de controlo é o ponto fundamental do risco deste tipo de lances e deste caso em concreto, já que, sendo certo que no caso há um erro de reacção na última linha (João Pereira), dificilmente alguma linha defensiva, por muito perfeita que seja (e é difícil sê-lo em lances tão rápidos), será garantia de seja o que for, uma vez perdido o controlo do espaço à sua frente, como aqui aconteceu.
O último lance reflecte a dificuldade que pode existir no caso de um extremo (Ronaldo, no exemplo) fazer um movimento interior e ficar, depois, incapaz de reagir defensivamente à saída pelo seu corredor. Isto, no caso, ditou um mau ajustamento defensivo de Portugal, com a Bósnia a criar facilmente uma situação de superioridade que culminou num cruzamento em muito boas condições. O ideal seria pressionar de imediato a saída do guarda redes no lateral, mas mesmo admitindo não ser possível, há mais tarde uma indefinição de Veloso, que me parece tardar na aproximação ao corredor lateral (Micael faria o ajustamento nas suas costas). Acabou por acontecer, mas já muito tarde...
Resumindo, alguns "instintos" aparentemente perigosos do jogo bósnio:
1)largura na última linha, com o lateral do lado oposto da bola a ser fixado pelo avançado. 2)espaço interior potenciado pela abertura permanente da equipa.
3)instinto de passe de rotura, e de primeira, assim a bola surja "entrelinhas".
4)3 jogadores na dinâmica do lado da bola, com centrais fixados pela presença de 2 avançados na zona de finalização - necessidade de ser a linha média a fazer estes ajustamentos.
O último lance reflecte a dificuldade que pode existir no caso de um extremo (Ronaldo, no exemplo) fazer um movimento interior e ficar, depois, incapaz de reagir defensivamente à saída pelo seu corredor. Isto, no caso, ditou um mau ajustamento defensivo de Portugal, com a Bósnia a criar facilmente uma situação de superioridade que culminou num cruzamento em muito boas condições. O ideal seria pressionar de imediato a saída do guarda redes no lateral, mas mesmo admitindo não ser possível, há mais tarde uma indefinição de Veloso, que me parece tardar na aproximação ao corredor lateral (Micael faria o ajustamento nas suas costas). Acabou por acontecer, mas já muito tarde...
Resumindo, alguns "instintos" aparentemente perigosos do jogo bósnio:
1)largura na última linha, com o lateral do lado oposto da bola a ser fixado pelo avançado. 2)espaço interior potenciado pela abertura permanente da equipa.
3)instinto de passe de rotura, e de primeira, assim a bola surja "entrelinhas".
4)3 jogadores na dinâmica do lado da bola, com centrais fixados pela presença de 2 avançados na zona de finalização - necessidade de ser a linha média a fazer estes ajustamentos.