28.5.08

As primeiras notas para o Euro: Turquia e Rep.Checa

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Os dias para o inicio do Euro são já muito poucos e enquanto em Viseu se pode observar uma série de treinos com pouco tempo dedicado à vertente táctica, não se perspectivando qualquer novidade no modelo de Scolari, alguns dos nossos adversários já deram algumas pistas do que deles se poderá esperar na fase final da competição. Aqui ficam algumas notas que retirei dos jogos da Turquia com o Uruguai e República Checa com a Lituania.

Turquia
Esta formação turca marca a viragem de uma geração muito marcada principalmente pela figura de Hakan Sukur. Pois bem aquilo que se prepara para o Euro é uma formação com uma referência de ataque bem mais móvel, oscilando entre nomes já consagrados no futebol turco com outras figuras de grande futuro.
Em termos de sistema, a Turquia apresentou-se em 4-3-3, com algumas especificidades. Mehmet Topal é um jovem do Galatasaray que promete ser o ponto de equilíbrio da equipa. Na sua frente estão dois jogadores de grande qualidade em posse de bola e que tentarão ser o motor do meio campo: os experientes Emre e Basturk. Como extremo esquerdo, um dos nomes a acompanhar no Euro: Arda Turan. 21 anos apenas, mas muita qualidade e mobilidade, partindo da sua posição aberta para movimentos interiores que merecem toda atenção dos adversários. Do outro lado Kazim Kazim, com um perfil bem mais estático do que Arda Turan, Kazim Kazim revela no entanto um nível técnico assinalável, sendo um jogador particularmente para as primeiras bolas aéreas. Normalmente é ele a referência dos pontapés longos do guarda redes, tentando permitir a Basturk a conquista da segunda bola, saindo a jogar dessa situação e tirando partido do cariz ofensivo de Hamit Altintop. Na frente, a mobilidade de Nihat promete ser um problema para os centrais que busquem uma referência de marcação, sendo igualmente importante para as transições e para a primeira fase de pressão.
Resta fazer uma referência aos aspectos defensivos, onde parece não haver grande qualidade nas individualidades da rectaguarda, e das opções que poderão entrar nestas contas, particularmente Tuncay e o outro Altintop, Halil.

República Checa
A primeira coisa que devo referir deste que é o mais bem cotado dos adversários portugueses no grupo A, é alguma limitação qualitativa daquilo que para já apresentou.
Começando pela defesa, estará aqui individualmente o sector onde existem maiores garantias de qualidade. Cech dispensa apresentações, Grygera e Jankulovski são dois laterais experientes que actual em Juventus e Milan, respectivamente, e Rozenthal e Ujfalusi dois centrais com grande experiência, tendo actuado em 2008 na Lazio e Fiorentina. O problema poderá estar, no entanto, no processo defensivo, mas já lá vamos...
Com bola a equipa tem duas soluções. A primeira e a que recorre frequentemente é o recurso directo a Koller, provavelmente o mais forte jogador do mundo a jogar como pivot neste tipo de solicitações, e tentar sair a jogar a partir da segunda bola (esta solução poderá ser uma arma igualmente mortífera com defesas mais adiantadas, lançando Baros nas costas). A outra hipótese é sair a jogar desde trás. Aí a equipa abre-se enormemente, com Vicek e Plasil a colarem-se às linhas e deixando a zona central para Polak e, sobretudo, Jarolim, já que Polak tem uma função muito defensiva. Nesta alternativa, há ainda que salientar a participação ofensiva dos laterais, o que deixa uma equipa profundamente desequilibrada no momento da perda de bola.
Com o eclipse das estrelas que foram o motor desta selecção durante muitos anos e a ausência de Rosicki, a República Checa tem em Koller um recurso muito importante em termos ofensivos que, se não houver novidades, pode ser essencial neutralizar.

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