31.12.14

Destaques individuais do campeonato argentino 2014

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Para concluir o ano partilho alguns dados individuais sobre o recente Torneo Transicion argentino, numa análise com contornos e critérios idênticos aos que já apresentara para as duas principais ligas brasileiras. Convém esclarecer, até porque é importante para efeitos de interpretação da análise, que o tempo de observação neste caso é bastante inferior ao que foi considerado para as ligas brasileiras (cerca de metade), o que torna os resultados menos conclusivos e mais susceptíveis a efeitos de aleatoriedade.

A realidade do primeiro escalão argentino actualmente (e o seu formato irá mudar consideravelmente em 2015), e quando comparamos com as principais ligas europeias, é de um grande equilíbrio. Há, nestas listas, alguns nomes improváveis e de muito pouca projecção mediática, mas que ainda assim tiveram um rendimento de grande destaque dentro dos parâmetros da liga, o que os torna particularmente interessantes de seguir. Em particular, destacaria a quantidade de avançados móveis e com boa qualidade que existe actualmente no futebol deste país. Para destacar alguns, começaria por Silvio Romero, um avançado paraguaio, com muito boa qualidade de movimentos, que actuou sobretudo a partir do corredor direito. Depois, Maxi Rodriguez, o conhecido internacional argentino que no Newells desempenhou um papel mais ofensivo, e que terá sido na minha opinião o jogador com mais qualidade neste campeonato. Entre as revelações, destaque para Gustavo Bou e Lucas Albertengo. O primeiro, um avançado de muita potência, que foi dispensado pelo River e que surpreendeu toda a gente pela frequência com que desequilibrou nesta prova. O segundo, um jogador de uma equipa menor (Atl Rafaela), mas que provavelmente rumará a um clube de maior dimensão, dada a qualidade do seu envolvimento, nomeadamente procurando muito a mobilidade pelas alas e espaços interiores. Outros casos interessantes são os dos uruguaios Washington Camacho e Brahian Aleman, ambos médios ala esquerdinos. O caso de Aleman é bastante mais mediatizado, pelos golos que marcou e pela qualidade do seu pé esquerdo, tendo atraído o interesse de vários clubes de maior dimensão. Camacho é um caso mais discreto mas nem por isso menos eficiente, fazendo-se valer de características menos vistosas como a capacidade para aparecer com propósito em zonas de finalização. Nota ainda para os casos dos jogadores mais criativos, Mancuello e Zelarrayan, que também estarão numa fase ascensional da sua carreira e poderão merecer oportunidades noutros patamares.

Entre os guarda redes, a primeira nota vai para o facto de me parecer que a qualidade não é tão grande como no Brasil, relativamente a esta posição específica. Ainda assim, uma nota incontornável para o desempenho extraordinário de Monetti, mais um caso de um jogador muito pouco mediatizado mas cujo rendimento (à luz desta análise, claro) provavelmente justificará uma atenção especial.


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