Estes jogos têm um interesse especial porque permitem cruzar realidades que nos habituamos a observar, mas que evoluem em contextos paralelos. Já havia escrito sobre a ameaça que podia representar o tipo de movimentos de construção do United, mas o Benfica reagiu muito bem para a situação, com Jesus a preparar estrategicamente essa circunstância, destacando os papeis de Witsel, Aimar e Amorim. Em particular, fica-me a dúvida se, sem Aimar, a equipa poderia ter conseguido tão boa resposta perante a construção dos ingleses. A outro nível, também se percebeu a preocupação da linha média em auxiliar a zona central nas situações de cruzamento, uma vez que o Manchester tem como outro ponto forte a capacidade de fazer aparecer muita gente em zona de finalização. Pena o golo de Giggs, porque já se antecipava que houvesse mais dificuldades de controlo na segunda parte. Não apenas pelo potencial que havia no banco, mas porque, como se confirmou, o United iria seguramente construir de outra forma após o intervalo.
Outra nota, tem a ver com a capacidade de adaptação de Ferguson. Incrível como este United, com orientações de jogo tão actuais, tem o mesmo treinador há 25 anos. Este sim, é o maior exemplo a seguir. Porque acreditar no seu próprio trabalho, todos acreditam. Encontrar quem saiba duvidar, é que é mais difícil. E é por isso, por ter sabido duvidar, que foi sempre evoluindo.