Curiosamente, Fernando Santos começou por incluir no seu 4-4-2 Simão, Rui Costa e 2 avançados, o que fazia antever uma adaptação de características diferentes a um mesmo esqueleto. Seria interessante analisar melhor mas, naturalmente, 12 minutos não são suficientes... O Benfica, mesmo sem o seu “maestro”, prosseguiu na execução da sua missão e desde cedo se percebeu que havia qualidade de processos em dose suficiente para fazer face a um Nacional atipicamente incapaz de mandar no jogo, por poucos minutos que fosse (acrescento que o Nacional é, na minha opinião, das poucas equipas que em Portugal ataca melhor do que defende). Ainda assim, a primeira parte decorreu sem grande dinâmica e com um Benfica talvez demasiado avisado para os perigos desta sempre temível deslocação. A partir dos 35 minutos, no entanto, o jogo começou a tornar-se mais descomprimido para os ‘encarnados’, ficando igualmente mais claro para todos qual o cariz que a partida tomaria a partir daí...
Com um ataque móvel, ágil e veloz, o Benfica é hoje uma formação difícil de segurar. Simão adaptou-se e faz de 10 com um brilhantismo por vezes até superior a muitas das suas mais fulgurantes actuações como extremo – o segredo desta adaptação está, no meu entender, na forma como Simão utiliza a liberdade para aparecer de forma imprevisível junto às linhas, não caindo no erro de fazer do corredor central uma obrigação e evitando assim jogar no espaço entre-linhas onde, claramente, as suas características não encontram o melhor enquadramento. Há ainda um homem que deve ser destacado: depois de tudo o que dele se disse, Fernando Santos manteve-se indiferente e fez o seu trabalho – criou um modelo e sistematizou rotinas com os melhores que julga ter. Disse-o na altura e mantenho-o, o “engenheiro” foi uma boa escolha e para o perceber basta olhar para os números da sua carreira (fica a promessa de uma melhor pormenorização num futuro próximo!)
- No primeiro momento surge o movimento mais desconcertante e genial da jogada - o calcanhar de Miccoli! O italiano vai, de primeira, devolver a bola para à desmarcação de Nelson, rodando ao mesmo tempo e fugindo assim a uma marcação que ficou fatalmente comprometida... - Finalmente, no terceiro momento e imediatamente antes da finalização de Miccoli é possível verificar a liberdade que foi concedida ao italiano e as reacções de desespero de Chainho e Alonso... é tarde demais! |