27.2.07

Beira Mar - Porto: a diferença entre prometer e fazer...

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Se para o resultado e para o jogo conta sempre todo e cada segundo da partida, no que respeita a efeitos analíticos, o Beira Mar-Porto resume-se a 70 minutos. A partir daí assistiu-se a um constante desequilíbrio defensivo dos aveirenses que ganhou contornos quase suicidas perante a competência apresentada pelo FC Porto.
O Beira Mar tem hoje duas características muito particulares: a imprevisibilidade – resultante da remodelação encetada no mercado de Janeiro – e o arrojo – deriva da mentalidade ofensiva de um treinador que vem de um futebol (o espanhol) se joga com muita gente ao ataque. Os primeiros minutos chegaram mesmo a ser prometedores para o Beira Mar mas às grandes equipas não podem faltar os pequenos pormenores e foi precisamente isso que aconteceu aos aveirenses no lance do primeiro golo. A partir daí os Dragões tomaram conta do jogo, controlando-o sempre e dominando-o por vezes – o bastante para que a partida fosse decorrendo sem sobressaltos até ao próximo erro do adversário.
Uma nota colectiva para a reacção do Porto quando ganha a bola. Rapidamente a equipa faz a bola circular para o flanco oposto onde a espera um extremo e muito espaço. O Beira Mar não se mostrou sensível para esta qualidade dos portistas e só um Quaresma menos inspirado em alguns lances não penalizou mais cedo os auri-negros.
Individualmente, notas para Raúl Meireles e Adriano. O médio não é, na minha opinião, um predestinado na meia distância. No entanto, procura os seus momentos e não tem medo de arriscar tendo, com isso, feito golos com frequência e aperfeiçoado as suas capacidades. Adriano, por seu lado, volta um ano depois a aparecer em bom plano no Dragão. Já se percebeu que Jesualdo não é um fã do brasileiro mas, sinceramente, haverá avançado no plantel que garanta melhor produtividade concretizadora? Creio que não!
Lance Capital - Os pormenores e as grandes equipas
Como referi, o primeiro lance é fundamental para a definição da partida. Trata-se de um livre em posição central mas muito distante da partida, daqueles que normalmente dão em... nada. Neste lance, porém o Porto revela uma preparação rigorosa do lance com os dois centrais – Pepe e Bruno Alves – a subir e a colocarem-se precisamente sobre a zona lateral da área. O livre é marcado por Quaresma, surgindo aqui o primeiro pormenor de realce – conhecem outro jogador que marque livres de trivela?



- No primeiro momento é possível perceber-se a marcação “ao homem” feita pelos jogadores do Beira Mar – apenas Alcaraz fica livre para criar superioridade. Nota para a posição incorrecta de Ricardo na marcação a Pepe. De costas para a baliza, vai ter dificuldades em reagir à colocação da bola nas suas costas e esse vai ser um aspecto fundamental.



- Quando Pepe ganha o lance (partiu de uma posição muito mais favorável para ganhar a bola) é possivel constatar o desleixe nas marcações no centro do terreno. Quer Postiga, quer Lisandro têm a posição completamente ganha. O destaque vai, no entanto, para o descomprometimento de Makelele – o marcador directo de Lisandro. Não só não acompanhou Lisandro, como permanece distante dos acontecimentos não estando, inclusive, sequer virado para a jogada. Lisandro certamente agradeceu!

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