O Beira Mar tem hoje duas características muito particulares: a imprevisibilidade – resultante da remodelação encetada no mercado de Janeiro – e o arrojo – deriva da mentalidade ofensiva de um treinador que vem de um futebol (o espanhol) se joga com muita gente ao ataque. Os primeiros minutos chegaram mesmo a ser prometedores para o Beira Mar mas às grandes equipas não podem faltar os pequenos pormenores e foi precisamente isso que aconteceu aos aveirenses no lance do primeiro golo. A partir daí os Dragões tomaram conta do jogo, controlando-o sempre e dominando-o por vezes – o bastante para que a partida fosse decorrendo sem sobressaltos até ao próximo erro do adversário.
Uma nota colectiva para a reacção do Porto quando ganha a bola. Rapidamente a equipa faz a bola circular para o flanco oposto onde a espera um extremo e muito espaço. O Beira Mar não se mostrou sensível para esta qualidade dos portistas e só um Quaresma menos inspirado em alguns lances não penalizou mais cedo os auri-negros.
Individualmente, notas para Raúl Meireles e Adriano. O médio não é, na minha opinião, um predestinado na meia distância. No entanto, procura os seus momentos e não tem medo de arriscar tendo, com isso, feito golos com frequência e aperfeiçoado as suas capacidades. Adriano, por seu lado, volta um ano depois a aparecer em bom plano no Dragão. Já se percebeu que Jesualdo não é um fã do brasileiro mas, sinceramente, haverá avançado no plantel que garanta melhor produtividade concretizadora? Creio que não!
Como referi, o primeiro lance é fundamental para a definição da partida. Trata-se de um livre em posição central mas muito distante da partida, daqueles que normalmente dão em... nada. Neste lance, porém o Porto revela uma preparação rigorosa do lance com os dois centrais – Pepe e Bruno Alves – a subir e a colocarem-se precisamente sobre a zona lateral da área. O livre é marcado por Quaresma, surgindo aqui o primeiro pormenor de realce – conhecem outro jogador que marque livres de trivela?
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