Quando aqui abordei o jogo entre Nacional e Sporting, referi a incapacidade que os 'leões' tiveram para controlar o jogo e a posse de bola do adversário, passando demasiado tempo a "ver jogar". Acrescentei ainda que era importante atribuir mérito ao trabalho de Carlos Brito, sendo o Nacional uma das equipas na nossa liga melhor se sente com a bola nos pés.
Pois bem, o golo com que o Nacional incomodou Alvalade é um exemplo claro de tudo isto e, embora tenha sido ofuscado pelo que sucedeu nos últimos 15 minutos do jogo, importa não o esquecer! Foram 15 passes consecutivos (Caneira ainda toca na bola, mas não se pode dizer que o Nacional tenha perdido a posse), 9 dos quais ao primeiro toque e com a bola a "ligar os corredores" por três vezes!
Um dos problemas que as equipas "pequenas" revelam nos seus confrontos com os "grandes" é precisamente a posse de bola. Talvez ansiosas por surpreender o adversário em transição ou mesmo admitindo alguma falta de qualidade, a verdade é que frequentemente assiste-se a más decisões na opção de passe, com a bola a ser quase sempre jogada para a frente, ainda que se esteja perante um bloco defensivo compacto e bem posicionado. Torna-se nestas situações importante ter a lucidez necessária para "fazer posse de bola", circulando-a mais lateralmente do que verticalmente. Os clubes grandes reagem mal a largos períodos sem bola e os jogadores têm tendência para cometer erros posicionais na ansia de a recuperar - é precisamente esse o momento do passe para a frente!
Serve de exemplo o já aparentemente distante golo do Nacional...