Após a derrota com Manchester United surgiram os primeiros sinais de uma contestação generalizada a Fernando Santos. Mais do que uma reacção à falta de resultados ou às deficiências qualitativas que futebol encarnado apresenta, trata-se – no meu entender – da manifestação de uma predisposição dos adeptos face ao treinador e ao seu “nome”. Sobre esta situação, sustento a minha opinião em três pontos:
(1) Os problemas do futebol encarnado são evidentes, não o nego... Mas os efeitos da “novela Simão”, quer no ajuste do plantel ao modelo ideal, quer no equilíbrio emocional do grupo serão da responsabilidade do treinador? Será justo “endeusar” a Direcção (prestes a ser reconduzida) ao mesmo tempo que se crucifica o treinador após 1 mês de temporada?
(2) Não será a reacção da massa adepta benfiquista pré condicionada pelo “nome” do treinador? Seria ela a mesma fosse o protagonista um Trappattoni, Koeman ou... Eriksson?
(3) As afirmações que dizem de Santos um treinador sem estatuto para o Benfica parecem-me, no mínimo, pouco fundamentadas: O “Engenheiro” fez em 4 temporadas, ao serviço dos outros grandes, sempre pelo menos 73 pontos, ainda que tenha sido apenas campeão 1 vez. Nas últimas 10 épocas apenas Camacho conseguiu superar esse registo mínimo, nos 2 anos em que orientou os encarnados (não tendo, diga-se, chegado aos dois melhores anos de Santos, com 79 e 76 pontos).
Não quero vir aqui fazer o papel de “advogado do diabo” e reconheço que é a emoção que traz ao futebol o seu principal tempero. Penso, no entanto, que os adeptos deverão, a bem dos seus clubes, procurar cada vez mais racionalizar as suas emoções. Sem traçar paralelismos onde eles não existem: Já se perguntaram porque é que Mourinho não ficou como treinador do Benfica?...
(1) Os problemas do futebol encarnado são evidentes, não o nego... Mas os efeitos da “novela Simão”, quer no ajuste do plantel ao modelo ideal, quer no equilíbrio emocional do grupo serão da responsabilidade do treinador? Será justo “endeusar” a Direcção (prestes a ser reconduzida) ao mesmo tempo que se crucifica o treinador após 1 mês de temporada?
(2) Não será a reacção da massa adepta benfiquista pré condicionada pelo “nome” do treinador? Seria ela a mesma fosse o protagonista um Trappattoni, Koeman ou... Eriksson?
(3) As afirmações que dizem de Santos um treinador sem estatuto para o Benfica parecem-me, no mínimo, pouco fundamentadas: O “Engenheiro” fez em 4 temporadas, ao serviço dos outros grandes, sempre pelo menos 73 pontos, ainda que tenha sido apenas campeão 1 vez. Nas últimas 10 épocas apenas Camacho conseguiu superar esse registo mínimo, nos 2 anos em que orientou os encarnados (não tendo, diga-se, chegado aos dois melhores anos de Santos, com 79 e 76 pontos).
Não quero vir aqui fazer o papel de “advogado do diabo” e reconheço que é a emoção que traz ao futebol o seu principal tempero. Penso, no entanto, que os adeptos deverão, a bem dos seus clubes, procurar cada vez mais racionalizar as suas emoções. Sem traçar paralelismos onde eles não existem: Já se perguntaram porque é que Mourinho não ficou como treinador do Benfica?...
O confronto dos “Diabos”
No tal jogo dos lenços, o Benfica foi fiel aos seus princípios... Moralizado pela intensidade do momento os encarnados pressionaram muito, colocaram a nu as debilidades do “gigante” inglês e protagonizaram, na primeira parte, o seu melhor período da temporada. Enfeitiçado pela sua própria dinâmica, o Benfica deixou-se no entanto dominar pela emoção. Passou a colocar cada vez mais homens no seu processo ofensivo e esqueceu-se, de repente, com quem estava a jogar. Saha marcou e o que se seguiu foi apenas a reacção natural de uma equipa sem confiança para reagir à inversão da balança emocional de uma partida como aquela.
Lance capital: Quando Saha sacou dos lenços
Muitas vezes fala-se de equilíbrio colectivo e da importância de precaver o momento da perda de bola. O lance que tirou os lenços do bolsos dos adeptos da Luz – o golo de Saha – é um exemplo de como um momento de descompensação pode ser fatal...
- Ataque conduzido sobre a esquerda por Karagounis (1) e com Leo em posição ofensiva (2). O grego vai optar (bem) por mudar o flanco.
- Ataque conduzido sobre a esquerda por Karagounis (1) e com Leo em posição ofensiva (2). O grego vai optar (bem) por mudar o flanco.
- Katsouranis, recebendo de Karagounis larga para Petit. O trinco encarnado opta pelo remate (3) quando tem o apoio de Alcides a surgir sobre a direita (4). Embora não esteja na imagem, Leo permanece “aberto” sobre a esquerda sem tempo de reacção perante a velocidade do lance - O Benfica está momentaneamente descompensado na sua zona defensiva.
- O remate de Petit embate em Paulo Jorge (podia ter sido noutro qualquer, tal a densidade de jogadores naquela zona) e é rapidamente conduzida até à área de Quim. O 2x2 de Ronaldo e Saha impede a aproximação de Luisão a Anderson, afastando os centrais e concendendo mais espaço (5) para Saha trabalhar no 1x1.
- Anderson comete o “erro técnico” de dar o lado de dentro a Saha e este não se faz rugado (6)...
- Anderson comete o “erro técnico” de dar o lado de dentro a Saha e este não se faz rugado (6)...