Patrício - Um jogo de muito pouco trabalho, sobretudo pela boa protecção defensiva que teve. Sem grandes reparos, a única nota menos positiva vai para a baixa eficácia nas reposições longas.
Cedric - Foi um jogo de grande exigência, onde nem tudo foi perfeito mas onde respondeu globalmente bastante bem. Aliás, foi o jogador português com mais passes completados e acções defensivas, o que o projecta inevitavelmente para um patamar de destaque entre as várias exibições da equipa.
Eliseu - Comparativamente com Cedric, protagonizou um jogo mais modesto a todos os níveis, mas nem por isso comprometedor.
Ricardo Carvalho - Não foi um jogo especialmente exigente para os centrais, que tiveram a sua tarefa bastante facilitada pela protecção da linha média e pela forma mais ligada como a Dinamarca abordou o seu jogo ofensivo, com poucas solicitações para a zona central da defesa portuguesa. Ainda assim, respondeu bem nas solicitações que teve, sem problemas de registo.
Pepe - Na mesma linha de Ricardo Carvalho, com mais intercepções mas também com uma má abordagem defensiva num lance que depois recuperou, perante Bendtner. Como escrevi ontem, parece-me que as qualidades dos centrais portugueses (e de Pepe, em particular) permitiriam equacionar uma abordagem mais arrojada do processo defensivo, mas ao que tudo indica com Fernando Santos abrir-se-á uma fase de maior protecção para a linha defensiva e, em particular, para os centrais.
William - Ganha, evidentemente, quando se lhe pede uma missão mais posicional e menos exigente em termos de extensão do terreno que tem para percorrer. Por outro lado, ganha também quando se lhe exige apenas que faça a bola circular, retirando-a das zonas de pressão dos adversários, em vez de ser um protagonista ao nível do passe, na primeira fase de construção. Neste sentido, este foi um jogo de características ideiais para William, onde não se deu mal, mas onde esteve longe do patamar exibicional que já se lhe viu. Em destaque, alguma irregularidade em termos técnicos, o que se reflectiu numa percentagem de passe relativamente baixa para a posição que ocupa.
Moutinho - Sem surpresa, foi o médio com maior envolvimento no jogo colectivo, tanto ao nível defensivo como no que respeita à presença em posse. Ainda assim, não foi uma exibição ao nível de várias que protagonizou ao serviço da Selecção. As suas características provavelmente seriam melhor enquadradas no anterior modelo da equipa, onde era um jogador com uma missão muito exigente no processo defensivo, tendo capacidade para o fazer. Provavelmente terá de se habituar a uma missão mais posicional no novo trio de médios da Selecção, mas haverá outros jogos, com outras características, e também a possibilidade de jogar noutras posições.
Tiago - Notoriamente preocupado em fechar o corredor esquerdo, no auxílio a Eliseu, manteve-se sempre muito prudente no seu posicionamento. O resultado é positivo, porque Portugal conseguiu controlar globalmente bem as iniciativas dinamarquesas por aquele corredor e Tiago foi sempre um jogador com grande intervenção a esse respeito. Com bola, ofereceu qualidade à circulação, no entanto e tal como Moutinho, sem grande envolvimento no último terço de campo.
Nani - Jogou mais a partir do corredor central e conseguiu um bom envolvimento no jogo ofensivo da equipa. Aliás, dos 3 da frente era o que havia tido mais participação na altura em que saiu. Foi também um protagonista em termos de finalização, com 3 tentativas, com destaque para o cabeceamento que errou por pouco, na primeira parte. As suas maiores dificuldades terão sido no capítulo defensivo, onde teve muitos problemas em retirar utilidade dos posicionamentos que foi assumindo. Claramente, será um aspecto a rever no desempenho desta função...
Danny - Tal como Ronaldo e Nani, conseguiu uma boa envolvência ofensiva, o que ajudou a equipa ter bola dentro do bloco contrário. Foi protagonista de algumas jogadas de maior potencial, com especial destaque para aquela que terminou com Ronaldo isolado na frente de Schmeichel.
Ronaldo - Fica-me a sensação de que se não tivesse marcado, muitas criticas lhe seriam apontadas. No entanto, seria a meu ver muito injusto para a exibição que fez. Em posse, conseguiu um bom envolvimento, com uma eficácia muito elevada, acima dos 80% e apenas superada pelos centrais, o que para um jogador da sua posição é francamente notável. Depois, e mais importante, foi o denominador comum das principais jogadas ofensivas da equipa, com destaque para a excelente jogada que criou para Nani finalizar, na primeira parte. Mas, para não ficarem dúvidas, ainda foi a tempo de marcar o golo da vitória, mostrando mais uma vez a sua extraordinária apetência para jogar (também!) na zona de finalização. Tudo somado, sem dúvida e como de costume, o melhor jogador da Selecção!