Começando por referir que é a primeira vez que apresento dados estatísticos como elemento de apoio à análise e avaliação de rendimento de guarda redes. Ainda não tenho uma base de dados muito extensa, e haverá seguramente evolução nos indicadores apresentados. Ainda assim, e tal como aconteceu para os jogadores de campo, posso prometer que este acréscimo representará um salto enorme na fiabilidade das análises, reduzindo os erros de percepção em que todos inevitavelmente incorremos.
Sobre Artur Moraes, importa, primeiro referir que os dados apresentados (que são esmagadores na comparação entre o reforço a anterior situação), devem ser relativizados, pelo pouco tempo de análise de Artur (que cometeu erros ao longo da época), e pela excepcionalmente má época dos guarda redes do Benfica.
Seja como for, a apreciação que faço desta aquisição é de que o Benfica terá potencialmente resolvido o seu problema de guarda redes. Não porque Artur Moraes seja um guarda redes de qualidades excepcionais, mas porque, de facto, transmitiu uma imagem de grande consistência e solidez, sendo muito pouco propenso ao erro.
Finalmente, deixo uma nota de reflexão sobre o conceito de "guarda redes que vale pontos". Muitas vezes ouve-se esta afirmação após uma defesa, ou mesmo exibição, decisiva. "Tirar" golos ao adversário é, de facto, um dos objectivos que diferenciam os melhores do mundo, mas o saldo - e este é o ponto que quero deixar - tem sempre de ser feito dos dois lados do balanço: do lado dos "proveitos", e do lado dos "custos". E, nesse aspecto, um guarda redes de poucos "custos" já é uma mais valia difícil de igualar...