26.5.09

O efeito madrugador de Derlei e outros lances em análise

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Era um jogo mais importante para o Nacional, mas em poucos minutos os madeirenses viram as suas possibilidades de sucesso condicionadas com 2 golos madrugadores de Derlei. Esta dupla vantagem leonina ficou definida por situações semelhantes, com cruzamentos largos e superiorização ofensiva na zona de finalização. Se tivermos em conta que Manuel Machado revê o seu sistema táctico de forma a ter superioridade na zona central da sua defesa, frente a uma equipa que utiliza 2 avançados, então fica mais fácil perceber que esse não é o ajuste essencial. Jogando com 2 ou 3 defesas, o que é fundamental é a inteligência e qualidade com que a equipa reage às diversas situações de jogo.

No que respeita ao primeiro golo, note-se que quando a jogada está a ser construída do lado esquerdo, o Nacional tem clara superioridade na área, com o Sporting a ter mais unidades fora dela. Rapidamente, no entanto, a situação inverte-se com o Sporting a colocar vários jogadores a atacar a zona à frente da baliza. A diferença está precisamente no facto de Derlei atacar o espaço enquanto que do outro lado, os jogadores permanecem estáticos e, como se não bastasse, sem ajustar devidamente o seu posicionamento.

Sporting – Nacional (Nené, 11min): A nota para o livre de Nené vai para o pormenor do balanço que o avançado toma para bater aquela bola. Dar apenas 2 passos antes de pontapear é próprio de quem pretende cruzar a bola para a área, mas não de quem vai disparar um foguete a 30 metros da baliza. Impressionante!

Sporting – Nacional (Derlei, 29min): Um dos melhores lances no jogo. Primeiro o tal papel de Liedson, a fugir da sua zona e atrair a marcação. Depois, o movimento de Romagnoli que atrai o outro central. Quando a bola entra no argentino é possível ver o espaço enorme criado na zona central pelo “arrastamento” dos centrais. Djaló é quem tira partido da situação, libertando depois em Derlei.


Benfica – Belenenses (Silas, 3 min): O golo que fez sonhar o Belenenses revela a lacuna táctica que tem vindo a acompanhar o Benfica desde a chegada de Quique. O espaço entre linhas. A linha defensiva não tem qualquer apoio do meio campo e, se é verdade que a jogada se passa em velocidade e em transição, também é um facto que os médios encarnados demoram uma eternidade a recuperar. Ao ponto de Silas poder passar, parar, receber e rematar, sem que ninguém tivesse conseguido recuperar.

Benfica – Belenenses (Cardozo, 13 min): É um lance que termina com um ressalto e que por pouco não dá golo, mas que merece destaque, na linha de continuidade com outras análises já feitas ao Benfica nos tempos mais recentes. Mais uma vez, aqui, nota-se a grande vocação ofensiva do Benfica, colocando vários elementos em acção atacante e terminando com 4 jogadores na área, o que dificulta muito a tarefa de marcação à defesa azul, em igualdade numérica.

Porto – Braga (Hulk, 67 min): Não tem grandes comentários. Podia falar do princípio portista de procurar rapidamente o seu extremo mais explosivo em transição, mas o motivo de destaque é mesmo Hulk. Fantástico momento do jogador a partir para cima de uma defesa que está equilibrada mas que não consegue evitar uma finalização poderosa do talento portista.


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