13.7.11

Reforços 2011/12: Djalma (Porto) (Parte I)

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Perfil evolutivo - O percurso de Djalma não é mistério para qualquer adepto atento ao futebol português. Fez-se todo no Marítimo, com ascendente rápido e estabilização dentro de um estilo e de um nível de rendimento muito constantes. Há, aqui, que fazer uma nota - para mim, importante - para a contextualização do jogador: o futebol do Marítimo na última época. Poucas equipas terão praticado um futebol tão pouco trabalhado como a equipa de Pedro Martins. Muita verticalização, pouco ou nenhum apoio ao portador da bola e um apelo constante à capacidade que os 3 da frente (Djalma, Kléber e Babá) tivessem para resolver os problemas ofensivos da equipa.

Perfil táctico/técnico - Como todos reconhecem, Djalma é um jogador forte no 1x1, fundamentalmente pela capacidade de explosão que possui. Essa será a característica mais reconhecida do jogador, mas eu acrescentaria mais duas: a qualidade de remate/finalização do seu pé direito e a capacidade de trabalho, tendo uma boa capacidade de recuperação, pela rapidez, mas também uma assinalável reactividade defensiva.

Futuro no Porto - Durante a época, não fui muito generoso nas apreciações que lhe fiz. Para tal contribui a sua propensão para verticalizar o jogo e uma aparente incapacidade para fazer uma melhor gestão da posse. Hoje, porém, tenho de me questionar sobre a justiça dessa avaliação, não estando completamente certo da origem da limitação. Ou seja, essa constatação indicia uma dependência de um jogo com mais espaços, próprio dos momentos de transição, que, por norma, as equipas "grandes" não encontram com facilidade.

Fazendo uma contextualização de Djalma no colectivo do Marítimo, porém, vemos que a sua certeza em posse é substancialmente superior à média da equipa. Se tivesse de arriscar, diria que a capacidade técnica de Djalma lhe poderá permitir uma transição sem problemas de maior para este novo cenário, ao contrário do que inicialmente pensei. Haverá sempre um importante processo de adaptação ao critério de decisão colectivo, faltando saber a capacidade de resposta de Djalma a este nível. Pessoalmente, e mesmo percebendo-se a minha incerteza, arriscaria num desfecho positivo, acrescentando ainda o meu especial interesse no acompanhamento deste "caso".

À margem da questão da posse (decisão), Djalma tem tudo para ser um jogador determinante em termos ofensivos. Para fazer golos e assistências, aproveitando a sua capacidade, não só no 1x1, mas também na finalização. Aliás, tenho poucas dúvidas que terá um impacto relevante a esse nível, face ao tempo de utilização que lhe for dado. De acordo com as potencialidades descritas, creio que poderá ser também um jogador que acrescente algo em termos de agressividade defensiva, em relação a outras soluções. Como ponto negativo terá, talvez, a capacidade e propensão para o cruzamento a partir de zonas mais largas.

Mais do que o seu sucesso na próxima época, a questão que me coloco nesta avaliação é sobretudo se Djalma tem capacidade para jogar a um nível mais elevado, e numa equipa a quem se exige uma incidência maior nos momentos de organização e não tanto em termos de transição. Isto porque, seja qual for a resposta a essa questão, a missão de Djalma será sempre muito complicada no que respeita à afirmação entre os titulares. Se continuar Hulk, uma vaga estará inevitavelmente ocupada, restando um lugar. Varela foi a escolha mais comum na época anterior, mas o problema principal para Djalma não será o extremo habitualmente convocado por Paulo Bento, com quem, creio, poderia realmente discutir o lugar. É que na corrida aparecem ainda James Rodriguez, que surge numa trajectória ascendente, Cristian Rodriguez, também um sério candidato se tiver um ano com menores problemas físicos, e ainda Iturbe, um prodígio emergente. Não será fácil, seja qual for a resposta do extremo angolano.

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