14.11.06

Barcelona e Real Madrid - Campeão e Candidato

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A redução para 16 clubes – essa medida genial cujo alcance um dia alguém ainda irá explicar – evidenciou este fim de semana a sua principal consequência: menos futebol! Felizmente, porém, o rasgo de genialidade teve lugar na moderna era do cabo, permitindo que – sem opção – nos deliciássemos com a qualidade do futebol que se pratica além fronteiras. Menos mau para o adepto (pelo menos o que tem Sporttv) e muito melhor para os outros "futebois", que assim marcaram mais uns pontinhos entre os adeptos lusos.

Entre as ligas europeias - sou da opinião - o melhor futebol é praticado em Espanha. “La Liga” junta um leque de intérpretes tecnicamente evoluídos a uma cultura futebolística que encontra no “pressing” e posse de bola os instrumentos essenciais para chegar às vitórias. Em Espanha, e apesar da qualidade crescente num elevado número de equipas, a tradição no que respeita a candidatos ainda é o que era: Real Madrid e Barcelona, ainda e sempre!

Barcelona - O Campeão
O Barça de Rijkaard pode ser, na minha opinião, visto como exemplo para o futebol moderno... Exemplo de que é possível introduzir a componente atractividade numa fórmula vencedora e exemplo de que o futebol de hoje e as suas grandes equipas ainda reservam espaço para o talento puro dos génios preguiçosos.
A maior virtude do futebol de "Culé" é, por isso e sem surpresas, a qualidade das seus processos ofensivos. A progressão em apoio do meio campo, as diagonais dos extremos e o “overlapping” dos laterais são "trademarks". Sem desprimor por nenhuma destas soluções, porém, o Barça não esconde a sua prioridade a cada jogada: procurar Ronaldinho. A partir da esquerda e de frente para o jogo, o brasileiro faz uso do seu pé direito para – explodindo no 1x1, saindo em apoio ou lançando diagonais nas costas da defesa – criar os desequilíbrios.





Real Madrid - O Candidato
Com algumas dificuldades em “pegar de estaca” na competitiva Liga Espanhola, Capello parece ter encontrado o seu 11 vitorioso na viagem a Pamplona. O Italiano é um “papa-campeonatos” e deve ser tido como uma ameaça séria à recente hegemonia catalã. O famoso “doble-pivot” formado por Diarra e Emerson é a base da equipa, sendo responsável pelos equilíbrios e desequilibrios que a equipa concede ou cria. Aqui, destaco a capacidade fisica de Diarra – é impressionante a forma como recupera no campo a partir de qualquer posição ofensiva, funcionando como um autêntico “anti contra-ataques”. De resto, “los blancos” ainda não encontraram a dinâmica ideal para a sua posse de bola, suportada pela mobilidade de um tridente criativo. Quando o fizer, o Real ameaça ser um caso sério até porque tem em Van Nistelrooy um goleador à altura dos melhores da sua história.

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