3.11.09

As duas faces de Ramires

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O vídeo mostra a melhor face de Ramires. Aquela que lhe vale destaque, golos e utilidade táctica. É o seu fantástico comportamento em transição, a crença que põe em todos os seus movimentos sem bola, aproximando-se da zona de finalização como se fosse certo que a bola irá ter com ele. Mas, ao contrário do que algumas análises precoces, incentivadas pela frequência goleadora do jogador, fizeram crer, Ramires não é um jogador totalmente adaptado à sua posição. Para ser realmente um jogador de elite precisa de percorrer ainda uma etapa, algo que era previsível para quem já o conhecia e que, por exemplo, em Braga ficou bem claro...

Minuto 7, livre de Viana. Todos sabemos o desfecho, mas se recuarmos uns segundos chegamos à origem do lance. Perda de bola de Ramires no flanco direito, não conseguindo desequilibrar na ala e dando origem à transição de que resultaria o fatídico livre. Para ser honesto, a decisão nem é um ponto fraco do ex-Cruzeiro, mas, pela importância, esta será provavelmente a jogada que mais simboliza a pouca utilidade de Ramires na primeira parte, quando a equipa precisava de encontrar soluções em organização ofensiva. Esse sim é o problema de Ramires, a organização ofensiva.

Começou como médio utilitário, de combate. “Volante”. O destino (e Adilson Batista), no entanto, ditou que se destacasse mais à frente, pelos golos e desequilíbrios que provocava em transição. “Meia”. A transformação, no entanto, não foi completa. Ramires passou de “Volante” para “Meia”, mas não ganhou a característica que mais define os criativos. O gosto em ter a bola. Por isso, quando o espaço e a transição não aparecem, Ramires não se sente desconfortável em permanecer escondido do jogo. Por isso tem tantas dificuldades em criar e desequilibrar quando os espaços são escassos. Por isso, em organização, Ramires não é ainda um verdadeiro “Meia”, mas sim um “Volante” disfarçado.
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